Cap. 94

Ponto de vista de Maya.

Ele tirou o blazer com um movimento lento, mas não foi apenas para esconder o rosto cansado apoiado contra o antebraço. Eu percebi. Era também para disfarçar o volume evidente em sua calça, algo que eu, mesmo meio tonta, não consegui ignorar.

Entramos no elevador, e Kan me segurou firme pela cintura, me mantendo perto demais. Meu corpo quase colava no dele, e o calor que emanava da sua pele me deixou inquieta.

— Onde estamos indo? — perguntei, a voz arrastada, embriagada demais para fingir indiferença.

— Você precisa de um banho — ele respondeu com a voz rouca, como se estivesse brigando com a própria vontade. — E eu... eu não posso sair desse jeito, com tanta gente lá fora.

O jeito que ele disse aquilo... como se falasse mais para si mesmo. Olhei para baixo, notando exatamente o que ele queria esconder, e um sorriso malicioso escapou dos meus lábios.

Céus o que estou fazendo? Com o efeito do remédio minha loba está no controle.

— Você também precisa. —