Cap. 44: O que há de familiar nela?
O toque da compressa improvisada era suave contra a pele quente da testa de Maya, mas para Kan, era como se uma corrente elétrica sutil percorresse seus dedos. Seus olhos, inicialmente focados no hematoma que começava a surgir, desviaram-se involuntariamente para o rosto delicado à sua frente. As bochechas de Maya irradiavam um rubor intenso, uma tonalidade vívida que contrastava com a palidez do restante do rosto. Era uma reação inesperada, quase engraçada, considerando que a dor deveria ser o foco.
Uma risada baixa e rouca escapou de seus lábios, um som que raramente se manifestava em sua rotina geralmente sisuda.
— Eu bati contra a sua testa, mas... quem diria? — comentou ele, a voz carregada de uma diversão genuína que ele mesmo não compreendia totalmente. Um sorriso divertido, quase infantil, curvou seus lábios por uma fração de segundo. — São suas bochechas que ficaram vermelhas, mas não foi sua testa que sofreu a agressão?
Os olhos amendoados