Ponto de Vista de Lyra
— Minha filha... — A voz do meu pai tremia, enquanto sua mão envelhecida tocava com cuidado as cicatrizes no meu pescoço.
Marcas deixadas por cinco anos de sofrimento. Noventa e nove cerimônias de marcação fracassadas. Não apenas na pele, mas gravadas na alma.
— Pai. — Ajoelhei-me diante do trono, minha voz assustadoramente serena. — Eu voltei.
— Cinco anos! — Rugiu ele, tomado pela fúria. — Minha filha passou cinco anos sendo humilhada naquela tribo selvagem! Vou riscar Blackrock do mapa!
— Não há necessidade. — Levantei-me, com os cabelos prateados reluzindo sob o luar. — Já terminou.
Mas o elo espiritual que eu havia rompido com as artes secretas da minha linhagem só duraria sete dias. E já era o sexto.
Naquela noite, ajoelhei-me na parte mais profunda do templo da Deusa da Lua.
— Grande Deusa da Lua, eu te suplico... Corte de vez este vínculo destinado.
A luz da lua brilhou intensamente, e uma voz majestosa ecoou:
— Um vínculo destinado não pode ser