50. Companheira tão quebrada.
Hoop
Me vi em um campo florido, com margaridas, lírios e lavandas dançando sob a luz suave do entardecer. O vento balançava os galhos e o cheiro das flores me acalmava.
Mas então… tudo escureceu.
As flores começaram a murchar diante dos meus olhos, como se estivessem sendo sugadas por alguma força invisível. As cores sumiram. O cheiro doce deu lugar a um fedor de podridão. Um vulto feminino surgiu entre as sombras, não tinha rosto, mas seus cabelos longos esvoaçavam como fumaça negra.
Tentei correr, mas meus pés estavam presos a cipós que se enrolavam na minha perna e as flores mortas se enrolavam formando uma espécie de corda que em meus tornozelos como correntes.
A figura se aproximou.
Senti o frio em minha espinha antes de ouvir o sussurro. Ele veio grave, suave, rastejando pela minha mente:
— Nem toda luz é luz… Nem toda treva e escuridão…
Então, aquela mão esfumaçada agarra meu pulso e eu grito com toda a força que há em mim.
Acordei ofegante. O suor escorria pela minha nuca. O q