DAVINA
De volta ao alojamento, o cheiro de cigarro e perfume barato impregnava o ar. Meus músculos ainda estavam tensos, e meu coração batia em um ritmo irregular. Eu não conseguia tirar a sensação dos lábios de Vincent dos meus, nem apagar a imagem de seus olhos escurecendo no momento em que nos afastamos.
Então, a voz cortante de Lucia me trouxe de volta à realidade.
— Você se divertiu, boneca? — Ela perguntou, encostada no batente da porta, os braços cruzados, o sorriso venenoso brincando em seus lábios pintados de vermelho.
Seus cabelos ruivos brilhavam sob a luz fraca do corredor, uma moldura perfeita para seu rosto de fada, contrastando com o olhar cruel.
Eu parei no meio do quarto, sentindo o peso de seu olhar deslizando sobre mim. Havia algo diferente nela. Um ressentimento, um aviso silencioso. Eu soube antes mesmo que ela falasse.
— Eu estava lá, sabia? — Ela continuou, seu tom casual demais para ser sincero. — Vi tudo. Quer dizer, vi até seu cliente vip apagar as luzes. Voc