DAVINA
A rua estava silenciosa, envolta pela luz fria do sol da manhã. O vento passava por nós como um sussurro espectral, mas eu não sentia nada além do calor do corpo de Pryia contra o meu. Meus braços a apertavam com força, como se quisessem fundi-la a mim, como se eu pudesse mantê-la segura apenas com o toque. Meu peito subia e descia em soluços descontrolados, e cada lágrima quente que escorria pelo meu rosto era um agradecimento mudo a Deus por tê-la de volta.
— Eu achei que nunca mais ia te ver — murmurei entre os soluços, afundando meu rosto no ombro dela.
— Desculpa, Davina. Me desculpa — a voz dela veio engasgada, trêmula, carregada de arrependimento. — Eu fui burra. Eu fui tão burra…
Seu corpo também tremia, mas não apenas pelo frio. As palavras dela me perfuravam o peito, e eu queria dizer que não importava, que tudo estava bem agora, mas as palavras se perderam no nó da minha garganta. Eu só podia continuar segurando-a com todas as minhas forças.
Foi quando ergui os olhos