Estudos indicam

Sinto uma pontada de injustiça por não ter memória. Observo o corpo de Sebastian se movimentar na barra, exibindo seus músculos definidos. É uma tortura que a academia dentro da casa seja uma sala envidraçada, bem na frente da sala de jantar onde eu me esforço para comer meus cereais sem salivar.

Sou pega em flagrante pelo meu olhar fixo quando o leite mancha a minha blusa, após a colher deixar cair uma bolinha de cereal. Passo a língua pelos lábios e desvio o olhar, envergonhada. Capturo o sorriso encantador dele por um instante e me questiono como pude ser infiel com aquele homem ali.

— O que eu tinha na cabeça? — murmuro para mim mesma e me questiono se ele era ruim na cama. Não entendo o motivo, mas comecei a tentar compreender o que a antiga Verônica pensava.

— Bom dia. — Sebastian diz após abrir a porta que nos separava. Pego o guardanapo em cima da mesa para limpar minha blusa e dou um sorriso tímido para ele.

— Acordou animado — falo me referindo a sua rotina de exercícios e ele abre um sorriso enorme. Sua unha coça o peito malhado de uma forma tão sensual que me deixa de pernas bambas. Definitivamente meu corpo se lembra muito bem dele.

— Faz tempo que não fico em casa. Tenho ocorrido muitas emergências e depois do seu acidente eu acabei relaxando.

Analiso seu corpo, em busca de qualquer sinal de um descuido e fazer isso foi uma péssima ideia, pois minha líbido parece gritar por ele.

— Vai entrar mais tarde hoje? — Pergunto, vejo Sebastian sorrir com malícia e quase acerto a cabeça na parede para sair dos meus pensamentos, mas tudo o que faço é me levantar da mesa com a tigela na mão para poder colocá-la na pia.

— Pensei em ficar em casa hoje. Pedi para me darem alguns dias para cuidar de você. — Ele se aproxima e isso tira meu coração do seu ritmo. Antes que eu tenha uma reação, a tigela cai no chão e se torna mil pedaços sujando todo o piso. — Se ficar mordendo o lábio assim, eu não vou conseguir me segurar.

Só então percebo que estou fazendo isso, apertando os dentes contra o lábio com tanta força que quase sinto o gosto do sangue.

— Você é um sem vergonha — tento me abaixar para recolher a bagunça, mas ele segura meu pulso.

— Não, Verônica. Eu estou me segurando para não ser um sem vergonha. Só que você voltou a me olhar assim e isso está tirando todo o juízo que eu tento ter.

— O que quer dizer com isso? — Sebastian passa sua mão pela minha cintura e como se eu tivesse dez quilos, me tira do chão sentando-me na mesa. Meu peito dispara e ele aproxima o rosto do meu.

— Você me olhava com o mesmo desejo quando começamos a namorar. Me queria o tempo todo. — Ele se abaixa e começa a recolher os cacos de vidro, quando penso em descer para ajudar, ele coloca a mão na mesa e sobe de volta para me olhar. — Paradinha.

Ele coloca os vidros na mesa sem tirar os olhos de mim, fazendo o calafrio me inundar.

— Eu acho que ainda era muito atraída por você — confesso e ele arqueia as sobrancelhas. — Eu me sinto atraída agora e não acho que seja algo novo para o meu corpo, ou algo que acendeu depois de um tempo.

— É mesmo? — pergunta ele curioso e eu afirmo. — Sabe, alguns estudos dizem que voltar à rotina anterior à amnésia pode ajudar com as memórias.

— Não quero viajar.

— Não quis dizer isso. — Os olhos deles descem até meus lábios provando-me.

— Já comprovou esse estudo?

— Na verdade, você é minha primeira paciente com amnésia.

Deixou meu desejo agir por si mesmo. Não sei me conter com a aproximação dele ou sua forma sensual de falar, então seguro em seu pescoço e o beijo. Sinto ele relaxar seu corpo e suas mãos seguram firmes em minha cintura para aprofundar o toque.

— Juro que queria ser mais controlado — ele diz contra meus lábios. — Queria começar do zero e te levar para jantar. — Suas mãos apertam minha cintura com força arrancando-me um gemido. — Mas eu também quero sentir seu corpo.

Seus lábios descem para o meu pescoço e o sinto morder a curva da minha pele. Meu coração está tão forte que o sinto bater contra meu peito.

— Me leva para o seu quarto — peço e ele não se opõe. Suas mãos seguram minhas nádegas tirando-me da mesa e ele caminha pela casa comigo em seu colo ainda me beijando loucamente.

Nosso beijo é cortado pelo toque da campainha e a voz da minha mãe chama ao lado de fora. Sebastian me coloca no chão, me prende contra a parede e volta a beijar meu pescoço enquanto sua mão é colocada sobre minha boca.

Ele desce os lábios pela minha pele até parar no meu peito coberto pela blusinha fina. Ele abocanhou meu seio por cima da blusa e eu quase morri tentando conter o gemido.

— Quer receber visitas agora? — pergunta ele ao ouvir minha mãe chamando novamente e eu nego deixando-o chupar meu peito novamente.

— Sei que está aí, querida. Vamos dar uma volta! — Grita minha mãe e Sebastian rosna.

— Vá para o quarto, vou me livrar dela.

Ele pede e me beija com tanto fervor que quase não o deixo ir. Assim que ele se vai, obedeço correndo para o quarto no final do corredor.

Me deparo com um quarto pequeno e aconchegante, com paredes azuis e cortinas brancas. Há uma cama de casal no centro, coberta por um edredom florido. Um abajur de mesa ilumina a mesa de cabeceira, onde há alguns livros e uma foto do nosso casamento emoldurada. No canto oposto, há um guarda-roupa de madeira e uma escrivaninha com um notebook. O quarto tem um ar de juventude e romance, tudo o que emoldurava nossa relação.

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