Eu poderia me entregar àquele beijo, mesmo sabendo o quanto era arriscado. Mas não consegui. Porque eu não sentia Guilherme e sim Charles naquele momento. Minha mente enganava-me tanto que até o perfume barato de “el cantante” tomou conta do lugar.
Empurrei-o com certa dificuldade, os lábios dele me deixando vagarosamente, a sensação de querer seguir, mas o medo de as lembranças me deixarem ainda mais vulnerável.
- Não podemos, Gui... Não!
- Não me deixe assim... Eu estou completamente louco por você. – Os olhos dele brilhavam e meu coração parecia que sairia de dentro do corpo.
Desvencilhei-me dele e peguei minha bolsa, indo até a porta e abrindo-a, enquanto saía pelo corredor. Não havia nenhum estudante naquele andar. Desci as escadas sentindo o suor escorrendo pelas minhas costas enquanto ouvia os passos dele atrás de mim.
Assim que cheguei ao último degrau, ele pegou-me pelo braço:
- Você não pode negar que também me quer, Sabrina.
- Fale baixo, porra! – Olhei para os lados, temen