Era como se minhas pernas não conseguissem ficar quietas.
Desde que chegamos em casa, Isabelle se afastou e foi para seu
quarto, fechando a porta.
Como uma estranha.
Bem, mas foi o que construímos, não foi? Ela por não ter me
contado a verdade, e eu por...
Por ter falado merda e agido como um babaca.
Subi as escadas, depois de tomar uma boa dose de uísque
sem gelo, e tinha a intenção de ir para o meu quarto, me trancar lá
dentro e fazer qualquer porcaria que me permitisse esquecer que eu
tinha uma esposa linda no cômodo ao lado.
Só que, com as mãos nos bolsos, eu fiquei zanzando pelo
corredor como uma barata tonta. Diante da porta dela, hesitei três
vezes, chegando a levar o punho à madeira para bater.
Ela ainda era a mulher que tinha me magoado. Eu ainda
temia confiar nela de novo, mas era inegável que o que eu sentia
não poderia desaparecer de uma hora para a outra. E ficava ainda
mais difícil quando eu a via em meio a crianças em um hospital, com
toda aquela doçura, dizendo palavra