Eliz
Sinto o carrinho descer pela rampa do subsolo que leva ao estacionamento. Respiro com mais alívio, embora o aperto, o calor e o sangue que perdi me deixem enjoada e zonza.
A fêmea me ajuda a descer do carrinho. Ainda estou fraca. Entramos em um veículo de vidros escuros que nos aguardava. Assim que as portas se fecharam, o Beta Eron — da matilha Lycan onde vivi — arrancou o carro.
— Obrigada. — Falei olhando pelo retrovisor, vendo o hospital lupino ficando para trás.
— Disponha. — Ele me deu um meio sorriso, o tipo de olhar que dizia: já te vi em dias melhores. Ignorei.
Eron pegou uma mochila e me entregou. Era a minha. Apertei contra o peito como uma criança com um brinquedo querido. Ali estavam meu laptop, o telefone por satélite, minha conta bancária… e o que restava da minha dignidade.
— Ania pediu para entregar. Ela vai te ver assim que as coisas esfriarem por lá.
Eu entendia. Minhas amigas seriam vigiadas, e os lugares mais prováveis — como a minha matilha — r