Eliz
Adam me deixou sozinha. Desta vez ele não gritou, nem rosnou; sequer seus olhos mudaram. Ele não emanou raiva. Foi pior: ficou decepcionado — o olhar, triste.
Atenor, que ouviu a conversa, deu um aceno com a cabeça e correu atrás dele. Lívia, que viu os dois passarem com os braços cheios de três mamadeiras, me olhava sem entender nada; então expliquei toda a nossa conversa, enquanto as lágrimas corriam pelo meu rosto.
— E se ele for atrás da Kaya para ter filhotes com ela? — perguntei, a voz embargada. — Como vou poder dizer não, se estou trazendo filhos de outro para o nosso casamento?
— E quem disse que você não terá outra gravidez? — Lívia retrucou. — Sua mãe e sua sogra não são Lunas destinadas como você; elas foram feitas Lunas pelo laço de companheiros.
— Eu não vou aguentar viver a vida desse jeito. Prefiro a rejeição de uma vez. — Falei, enxugando o rosto com tristeza.
Minha amiga soltou um suspiro.
— Sabe o que eu acho? — Lívia largou as mamadeiras no móvel