Aline observava Julieta correndo alegremente para longe.
Ela havia fantasiado essa cena várias vezes em sua mente e construído inúmeras defesas psicológicas.
Mas, quando realmente aconteceu, a dor no peito era insuportável, quase sufocante.
Seu coração parecia estar envolto em um saco plástico grosso e hermético, abafado, à beira da vertigem.
Quando finalmente conseguiu um sopro de ar, era como se milhares de agulhas finas perfurassem o saco plástico, trazendo dor e desamparo.
De repente, uma pequena figura bateu contra as pernas de Mateus. Julieta olhou para cima e perguntou:
- Pai! Você veio me salvar?
Ela envolveu suas pernas com as pequeninas mãos.
Mateus então voltou a si. Olhou para baixo, para aquele rostinho adorável, incrédulo.
Ele e Aline tinham mesmo uma filha.
Julieta, percebendo o olhar complexo de Mateus, questionou, confusa:
- Pai, por que você não fala? Ficou tão surpreso assim em me ver?
Era isso, surpresa e alegria... Emoções reviradas.
Ele observava cuidadosa