Março de 1604

Capítulo 4

"Quem pode saber como encontrar o amor, quando mantém seus olhos focados em pessoas que já amam alguém. "

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Não achei que fosse uma coisa tão complicada de resolver é só que minha doce Waiolete está grávida, e eu irei fugir de casa logo, mas ainda assim me preocupo demais com o estado em que minha família vai estar quando eu sair daqui.

–Senhorita o prato extra foi adicionado a mesa como instruído. -fecho o livro que nem ao menos estava lendo e me levanto, respiro fundo antes de entrar no salão de jantar para olhar no rosto de minha família.

Vejo todos os lugares já postos e logo meus pais chegam, como diz a regra primeiro se deve sentar o patriarca e sua esposa, depois os filhos e por fim convidados e outros menos importantes.

–Teremos visitas hoje? -meu pai questiona quando vê o prato a mais na mesa, mas ninguém responde, um tempo depois Waiolete aparece acompanhada de Nicolas Sarkozy que escolta a mesma nervoso e pálido como uma filha de papel.

–Obrigada por trazê-la bom rapaz, pode se retirar. -meu pai diz ao Nicolas, olho de canto de olho enquanto ele decide se vai ou não, o que irá fazer senhor Sarkozy? Vai enfrentar meu pai o patriarca e seu chefe? Ou irá fugir deixando tudo a cabo de Waiolete?

Tenho curiosidade sobre o que fará agora que meu pai nem ao menos olhou em seu rosto, como irá dizer para um Duque que engravidou sua filha de dezessete anos estando debaixo de seu teto. Ele puxa a cadeira para Waiolete em cortesia, mas ao invés de se retirar senta ao seu lado me fazendo cair em risada, meu pai parece bem surpreso pela ousadia do rapaz.

–O que está fazendo? Quem é você? -escuto meu pai questionar e olho para os dois que se encaram, viro o olhar e no canto onde está os empregados chamo com a mão uma empregada, que se aproxima devagar para não atrapalhar a guerra de olhares.

–Traga uma boa garrafa de vinha, também alguns charutos, vá rápido. -digo e a mesma se vai rápido, observo a cara de pânico de Nicolas enquanto olha de mim para o meu pai e suspiro indo em seu socorro.

–Vamos comer pai, depois lhe explicaremos tudo, não adianta estragar o jantar. -falo quando vejo que essa conversa não vai sair do lugar, apesar de ser a irmã mais velha não sei bem o que se passa na cabeça das minhas irmãs as vezes, ser a mais velha realmente não ajuda em nada em momentos como esse.

Logo Waiolete que achei que seria a mais difícil de cair na garra dos homens foi fisgada por um mero guarda bonito e de bom porte, pelo menos isso ele tem, um rosto bonito e um corpo que parece bem resistente e forte para as surra que meu pai vai dar nele. Isso com toda certeza é um fato, papai vai lhe dar uma boa surra quando escutar toda a história.

–Certo, vamos comer. Podem servir. -diz meu pai e a comida começa a ser colocada na mesa, não estou com tanto apetite mas vou comer um pouco de verduras e legumes para ter estômago e cabeça para mais tarde, afinal eu sou a mediadora dessa conversa entre eles.

A noite vai ser longa e a semana mais longa ainda, espero poder fazer o restante das cartas ainda hoje e depois arrumar as coisas para a fuga do fim de semana mais nada pode dar errado. O silêncio constrangedor se instala na mesa e ninguém ousa dizer nada apenas comem calados, pelo menos agora meu pai vai poder ter alguém em quem confiar para cuidar da casa quando ele estiver fora em seus afazeres.

Parando para pensar ele sempre vinha e ia para a capital em dois dias com medo de algo acontecer em casa, até porque uma casa só com mulheres e criados pode ser facilmente invadida sem um líder e um sucessor forte. Esse é um dos motivos da casa Viollence ter deteriorado e ter sido roubada por tantos anos, a falta de um sucessor homem para gerir a casa quando o patriarca não está ou como muitos dizem uma casa onde há apenas jovens moças não pode ir muito longe sem apoio.

Não que eu não possa gerir a casa, mas os outros nobres não querem uma mulher os comandando muito menos uma que tem apenas vinte anos de idade e não é casada. Suspiro atraindo os olhares de todos para mim, sorrio ao receber os olhares deles e meu pai limpa a garganta enquanto me olha nos olhos, até que ele aguentou bem até agora o fim do jantar.

–O que houve pai? -pergunto limpando a boca com o guardanapo e apoiando a mão no colo como se não houvesse nada de errado, ele já está no limite mas não irei dar o braço a torcer tão facilmente lorde Lorenzo Ashton.

–Katherine, poderia me dizer o motivo de ter um guarda desconhecido sentado a mesa conosco? -pergunta fechando a mão em punho sobre a mesa, mamãe limpa a boca e depois coloca a mão sobre a do meu pai para tenta o manter calmo.

–Oh, havia me esquecido sobre isso. -falo cobrindo a boca com a mão e sorrindo de leve me fazendo de inocente. –Deixe-me apresentá-los papai.

Me levanto devagar arrumando o vestido e caminho até o outro lado da mesa, Nicolas parece nervoso e Waiolete está branca e parece estar suando frio por debaixo do vestido, suspiro antes de estar atrás dos dois entre as cadeiras.

–Pai, mãe, esse é Nicolas Sarkozy o futuro marido de Waiolete. -digo e sorrio para a cara de espanto dos dois, mamãe arregala os olhos e papai b**e forte na mesa assustando a todos os presentes.

–Que brincadeiras estas a fazer agora Katherine? Dessa vez não lhe perdoarei de suas gracinhas. -diz e vejo seu rosto ficando vermelho de raiva, suspiro frustrada, achei que ele ao menos desmaiaria com esse comentário mas isso não é suficiente para desmaiar um Viollence.

–Pai não estou a brincar, Waiolete escolheu ele como marido. -falo e ele dessa vez se levanta nervoso jogando o guardanapo sobre a mesa.

–Waiolete o que sua irmã diz é verdade? -minha mãe pergunta olhando diretamente para Waiolete que até agora estava em silêncio apenas aguardando sua vez de ser ouvida.

–Sim, eu o amo muito e nós vamos nos casar. -diz de uma vez e arregalo os olhos com sua coragem, por essa eu não esperava mesmo. –Até já consumamos o casamento.

–O QUE!? -grita meu pai se sentando com tudo, agora vem a melhor parte da história.

–Oh, confirmei isso eu mesma Waiolete está grávida papai. Parabéns você será avô. -digo sorrindo e escuto barulho de algo caindo e olho para o lado vendo minha mãe caída no chão e minha irmã tentando ajudá-la desesperada, acho que fui muito depressa.

–Mãe! -grito indo em sua direção, acho que foi um choque muito grande para ela saber que sua filha está grávida e antes do casamento ainda por cima, simplesmente um grande baque.

–Olha o que fez Katherine, alguém venha aqui. -meu pai fala e o mordomo entra em ação. –Leve minha esposa para o quarto e chame o doutor Gustav para atendê-la.

Encaro meu pai que passa a mão na testa depois pega o lenço limpando o suor, bato os dedos para a criada que pedi o vinho e charutos antes, a mesma vem até mim com pressa.

–Fez o que pedi? -pergunto e ela confirma, certo agora só tenho que levar Waiolete, Louise e Lídia para fora e deixar meu pai e Nicolas se resolverem entre si, afinal homens se entendem de alguma forma se conversarem entre si.

–Obrigada, prepare alguns lanches noturnos e leve para o quarto de Waiolete. -ela confirma e se afasta. Vamos lá Katherine, tenho apenas que deixar os dois sozinhos e sair daqui o quanto antes.

–Pai, acho melhor eu levar as meninas para o quarto e verificar como a mãe está. -digo na maior cara de pau que existe.

–Lídia e Louise voltem aos seus quartos, Waiolete também porque não parece bem, você fica Katherine. -acho que não há jeito nisso, terei que ouvir o sermão também.

Dou um beijo nas três que vão em direção a porta e então caminho até o salão de espera que há ao lado da sala de jantar, as coisas que pedi foram colocadas lá. Não irei me meter muito, apenas serei a intermediária da situação nada mais, afinal homens se resolvem melhor quando se conhecem então acho que logo estarão conversando normalmente.

Espero que pelo menos seja como estou pensando, antes de sair de casa quero ter a certeza que ao menos isso eu resolvi. Sim, irei deixar esse assunto resolvido, assim Waiolete não vai sair de casa e papai vai ter alguém para lhe ajudar nos momentos difíceis. Tenha foco no futuro Katherine, porque você não pode fraquejar diante de nada daqui para frente, ao menos que seu pai mude de ideia e deixe você se casar com Allan. Agora temos apenas que resolver isso e minha mente ficará um pouco mais livre da culpa por mentir na cara limpa para todos.

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