LACANTRA

Abrir os olhos lhe custava muito. Lhe doía toda a cabeça e Lacantra resolveu não os abrir.

Sentia o suor a lhe escorrer pelas costas e se grudar em suas vestes.

Sentia o cheiro da fumaça do cigarro de Shetary, já tão conhecido por sua memória olfativa.

Sabia que o dia estava claro, pelas pálpebras cerradas, ela sabia que era dia.

Só forçou suas vistas a se abrirem ao ouvir a doce voz sussurrada de Aloy. Seu Aloy. Mas seus olhos não abriam, por mais que ela quisesse e tentasse.

- Já se passaram quase uma lua, mãe. O inchaço em sua cabeça diminuiu, o corte já está cicatrizando, por que não acorda, por Rafo, por que não acorda?

- Calma, rapaz - A voz de mãe Shetary também era baixa, mas firme - Temos que agradecer à Rafo por ela estar viva e respirando. Foi uma pancada muito forte.

- Ma

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