Zara, na verdade, não queria chorar. Desde muito pequena, ela havia aprendido que lágrimas só tinham efeito sobre quem a amava.
E Orson, claramente, não fazia parte desse grupo. Naquele momento, ela sabia que suas lágrimas não despertariam nada além de irritação nele.
Com um gesto rápido, Zara levantou a mão e secou o rosto, apagando qualquer vestígio de fraqueza.
Orson, de frente para ela, observava seus movimentos com a testa ligeiramente franzida.
Zara, no entanto, não percebeu a expressão dele. Apenas continuou, com a voz firme:
— Naquela noite, quando aconteceu comigo... Onde você estava?
— O quê?
— Na noite em que eu perdi o bebê. Onde você estava?
Orson permaneceu em silêncio.
A voz de Zara ficou mais baixa, mas ainda mais cortante:
— A Fiona me disse que, naquela noite, você estava em um leilão. Que estava lá para comprar o presente de aniversário dela. É verdade?
— Ela já tinha me pedido aquele presente antes. E o que aconteceu com você... foi um acidente. — Orson respondeu, s