O evento seguia com o mesmo ritmo de sempre: discursos entediantes, networking forçado, sorrisos plásticos. Nice já estava cansada daquilo tudo, a cabeça latejava, talvez pela iluminação, talvez pelo vinho que tinha tomado em jejum.
Depois da breve conversa com Vinicius, ela tinha feito questão de evitá-lo pelo restante da noite, voltou para perto de Paul, conversou com alguns parceiros de escritório e, por fim, aceitou a taça de uma bebida colorida que um garçom lhe ofereceu, um coquetel de frutas ou pelo menos parecia ser.
Poucos minutos depois, o mundo começou a girar.
Nice tentou focar no rosto de Paul, que falava com ela sobre algum novo cliente, mas, a visão embaçou, as palavras dele começaram a parecer distantes, como se ele estivesse falando debaixo d’água. Ela encostou a mão na testa.
— “Está tudo bem?” — Paul perguntou, visivelmente preocupado.
— “Acho que… bebi algo… estranho, ou como não estou acostumada misturar, algo não fez bem” — a voz dela saiu fraca, arrastada.
Paul