Todo mundo ficou olhando um pro outro como se tivessem decidindo sobre o que fariam comigo, e àquilo só aumentou a minha raiva.
— Se ninguém vai me levar, eu vou sozinha, mesmo que eu leve várias horas pra chegar lá.
Falei caminhando até o Valente.
— Me dê as chaves do carro.
Falei de forma ameaçadora.
— O seu pé não está bom pra dirigir.
— Não importa, me dá logo esse caralho ou eu vou te dar uma surra Valente.
Ele riu na minha cara e apontou pro meu pé.
— Você não...
Antes que ele pudesse concluir a frase, eu dei um tapa no pé do ouvido dele.
— Minha mão tá boa.
Ele ficou sério me encarando por alguns segundos, talvez tentando decidir se devolveria o tapa.
— Deixa que eu te levo.
— Que bom que estamos nos entendendo.
— Mas antes vai no ambulatório fazer a limpeza dos pontos, é o tempo que eu levo pra verificar se está tudo certo com o helicóptero.
— Então vamos de helicóptero mesmo? Como você é adorável.
— Ana, eu vou te levar, mas se você for mesmo inteligente, vai saber que criar