CAPÍTULO 55

Um zumbido enorme no meu ouvido estava me impedindo de assimilar com clareza aquilo que o Valente falou pra mim, ou talvez fosse apenas eu não querendo acreditar no que eu ouvi.

— Kall, você ouviu o que eu disse? Kall? Kall?

Eu estava tão abalado emocionalmente, que não percebi que estava sem respirar, foi então que o Valente me chacoalhou e eu puxei o ar com força.

— Respira Kall, tenta ficar calmo, as coisas não são como parecem ser, há uma explicação pra tudo isso.

Eu tentei endireitar a minha coluna e consegui recuperar o meu equilíbrio, mas foi difícil voltar a encarar o Valente sem sentir vontade de matá-lo, então eu puxei a minha pistola e apontei pra cabeça dele.

Os meus olhos estavam ardendo, e eu tinha quase certeza que era por conta do esforço que eu estava fazendo pra não chorar, um homem como eu não podia chorar na frente de um traidor.

— Kall, abaixe essa arma e vamos conversar.

— Me dá um bom motivo pra não estourar os seus miolos agora Valente?

— Você precisa de mim p
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