capítulo III - A caminho de casa

O ônibus chegou e Mayara entrou meio desorientada. Sentou logo próximo da janela e recostou seu rosto no vidro, observando as luzes da cidade. Seu pensamento era um misto de muitas coisas. Ela não conseguia controlar. Tentou cantar uma música para não pensar, contou as lâmpadas nos postes, até carros na rua ela contou, mas foi em vão.  Aquele homem não saia dos seus pensamentos.

Desceu no ponto do ônibus próximo da sua casa e estava bem preocupada, pois não conseguia entender o que está acontecendo. O caminho para sua casa sempre era angustiante, pois ela lembrava de dias tenebrosos quando era tocada de forma indesejada pelo seu irmão. Muitas vezes ela sentia respulsa dela mesmo, mas isso aconteceu ainda na sua tenra idade, dos 7 aos 12 anos. Poderiam falar que era brincadeira de criança, mas ela sempre era ameaçada por ele se contasse para as pessoas sobre o que acontecia. 

Quando tinha doze anos negou aceitar suas carícias e foi ameaçada de morte pelo irmão. Então Mayara disse que poderia matá-la, mas que ele nunca mais a tocaria. E ela não deixou mais e daí vem a repulsa por homens. Aos 15 anos, em uma consulta ginecológica, foi constatado que ela ainda era virgem, mas havia perdido a essência e inocência de toda sua infância.  

Nesta noite não havia angústia, pois como uma borracha parecia que seu passado havia apagado e ela estava vivendo um outro momento. A imagem daquele homem na sua frente a deixava desconfortável e muitas vezes intrigada. Nas festas que trabalhou não se lembrava de tê-lo visto. ele na verdade não se parecia com um morador daquela cidade. Parecia um ator dos filmes que ela gostava de assistir, como se tivesse saído das telas e aparecido ali.

Embora de família humilde, Mayara tinha um gosto interessante por filmes, parecia uma herudita, gostava de musicais, filmes antigos e estrangeiros com histórias emocionantes e diferentes. E também era muito romântica, sempre torcia por um final feliz. E ela pensava em não se envolver com ninguém. Ela não frequentava cinema, mas assistia a todos os filmes exibidos na televisão.  

Chegando em casa ela cumprimentou seus pais e rapidamente entrou no seu quarto. Na verdade o quarto não era somente dela, ela dividia com sua irmã mais velha e a casa ainda tinha o quarto onde alojava seus irmãos, que eram 4. Era um casebre de seis apertados cômodos que ficava em uma vila na pequena cidade no interior de São Paulo.

Ela tomou o banho noturno no pequeno banheiro, único para todos da casa, com paredes de reboco e piso de cimento queimado. Foi um banho demorado e cheio de sentimentos estranhos. Mayara lembrava daquele homem e do seu olhar firme com seus olhos verdes e grandes, lábios vermelhos, rosto rosado, braços fortes. E ela sentia seu corpo vibrando como se quisesse se encontrar com aquele corpo, o bico dos seus seios estavam rijos e quando ela tocou seu clitóris sentiu ondas como se fossem choques eletrizando toda a sua pele. Desde o seu juramento, aos 12 anos, em momento algum, na escola e nem em festas que ia ela nunca sentiu nada assim por ninguém, nem homem, nem mulher. 

Nem a água fria apagou aquele calor. Ela precisava sair do banho porque seus pais já estavam perguntando quanto tempo ela demoraria mais no chuveiro. Ela vestiu a roupa de dormir, um short e blusa de malha, e logo deitou na cama. Quando virou para o lado sentiu seu seio tão aceso e a vontade daquele homem estava tão forte que não conseguiu dormir. Pensando em Evans, ela sentiu algo que nunca havia sentido, foi uma experiência única de puro prazer, se tocando. E logo após, ela pegou no sono.

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