Gustavo Henri.
Eu estava sentado, abraçando meus joelhos, enquanto o frio do inverno perfurava meus ossos como espinhos afiados, mas nada disso se comparava à dor que assolava meu coração. Me levantei com dificuldade, sabendo que era hora de ser forte e tomar a frente para que Heloise tivesse um enterro digno. Minha mãe precisava de mim, Heloise também.
Desci as escadas e não imaginei que a casa estivesse tomada por tantas pessoas assim. Era impossível que eu cumprimentasse todos. Todos os jogadores dos Imperadores estavam ali, incluindo o técnico. Eu falei com cada um deles brevemente e, quando estava prestes a sair, Alan veio correndo logo atrás de mim.
— Para onde vai? – perguntou, mas eu não parei, percebendo seus passos apressados vindo logo atrás de mim.
— Preciso reconhecer o corpo – a frase morreu na minha garganta, quando eu abria a porta do carro – eu preciso cuidar do velório da minha irmã.
— Não acho bom que faça isso sozinho – ele disse, e abriu imediatamente a porta