VIKTOR
— Vai, sogrinho, mostra do que é capaz! — provoco Rafael, rindo, depois de tirar 100% no simulado de tiros.
— Vai à merda, garoto! Antes de você sair das fraldas eu já era o melhor atirador, porra! — ele resmunga, visivelmente irritado com a minha pontuação.
— Pois é... aí eu nasci e virei o melhor. — digo, com um sorriso debochado.
Provocar Rafael é um dos meus esportes favoritos. Ele sempre cai. Mas a verdade é clara: eu sou melhor, e ele sabe disso.
Ele atira. Vinte tiros, três raspam perigosamente perto dos alvos civis. Resultado: 70%. A cara dele de ódio é o melhor prêmio.
— Eu avisei, Rafa. Eu sou o melhor! — digo, abrindo os braços como se tivesse acabado de ganhar uma olimpíada.
— Vai pro inferno, Ivanov! — ele sai da sala pisando forte, visivelmente puto da vida.
O celular vibra no bolso. Quando vejo o nome dela na tela, meu sorriso se alarga. Mal posso esperar pra contar da minha vitória. Mas quando atendo...
A voz dela.
Cheia de medo.
A alegria evapora. Meu coração d