PONTO DE VISTA DE ELLA
O carro de Sebastian parou bruscamente diante da entrada do hospital. Ele havia dirigido a noite inteira, as mãos firmes no volante, o olhar fixo na estrada, o rosto fechado como uma muralha. Quase não dissera uma palavra durante todo o trajeto, e isso só aumentava o peso do silêncio entre nós.
Eu mal conseguia respirar. Cada batida do meu coração parecia ecoar no peito, sufocando-me, enquanto minha mente repetia, sem descanso, a mesma imagem: Dante, ferido... talvez sozinho... talvez com medo.
Saímos apressados. Sebastian entrelaçou seus dedos aos meus, a pressão de sua mão tentando passar força, mas eu sentia o frio percorrer todo o meu corpo. Subimos os degraus da entrada principal, e a porta automática se abriu com um sussurro mecânico, revelando o corredor iluminado demais.
Lá dentro, o cheiro forte de desinfetante se misturava ao ar gelado do ar-condicionado, queimando minhas narinas. O som de passos apressados ecoava pelo saguão, junto ao distante apitar