Capítulo 2

Lizandra se afasta do parapeito da ponte e ajeita os longos cabelos escuros, que estavam presos em um rabo de cavalo, com certeza o vento os havia bagunçado.

— Por que não? Afinal não tenho nenhum motivo para voltar para casa agora.

— Não tem medo de acompanhar um estranho? — O homem pergunta ajeitando o boné sobre a cabeça.

— Posso te fazer a mesma pergunta — Lizandra o olha sorrindo, era engraçado, apesar de estar destruída por dentro, a presença daquele homem desconhecido a fazia se sentir melhor. Ao observá-lo pôde ver o quanto ele era bonito, e a sua atitude de ir até ela para ajudá-la, mostrou que ele tinha uma aura boa.

— Então vamos, mas precisei parar o carro depois da ponte.

— Sem problemas, eu estava correndo, parei aqui para descansar um pouco, e também porque não queria ir para casa, sendo assim, andar um pouco não será nenhum problema.

— Também gosto de correr, mas geralmente faço isso na esteira, em casa mesmo.

— Se eu for tentar correr em casa, eu nem me levanto do sofá — Ela ri com vontade, pois quando estava em casa o que menos queria fazer era exercícios físicos, por isso frequentava academia três vezes na semana e corria quase todos os dias.

— Será que eu devo? — Lizandra pergunta ao se aproximarem do carro estacionado logo depois da ponte.

— Acho que se eu fosse um marginal, já teria te assaltado — Ele abre a porta de trás para ela, a fazendo ver que ele não estava sozinho e pelo carro ele era um homem rico, pois, tinha até motorista.

— Seja o que Deus quiser, com um carro desse, jamais me assaltaria. Eu só peço que não me mate, tenho assuntos pendentes e se me matar tirará de mim o prazer de me vingar de um verme.

— Pode deixar, vamos apenas beber alguma coisa e conversar mais um pouco. Aliás, me chamo Darlan.

— Liz, muito prazer — Lizandra lhe estende a mão e as mãos do homem eram mais macias do que as suas, ela constata.

Ao entrarem no carro, Darlan tira o boné e a jaqueta, e logo entrega ao motorista, isso ele faz com Lizandra o observando.

— Ele é o dono do boné e da jaqueta, peguei emprestado para descer do carro.

— Você por um acaso é algum artista? — Lizandra pergunta curiosa.

— Realmente não sabe quem eu sou? Nunca me viu em nenhum filme ou comercial? — Darlan pergunta como se estivesse decepcionado.

— Me desculpe, mas eu realmente nunca o vi antes, mas talvez seja porque o carro está um pouco escuro — Lizandra tenta amenizar as coisas, mas Darlan acaba soltando uma risada.

— Eu não sou nenhum artista, sou empresário, e não costumo andar a pé por cima de uma ponte, principalmente a essa hora da noite.

— É claro, mas saiba que eu também não costumo correr de madrugada.

— Para onde iremos? — O motorista pergunta, olhando pelo retrovisor.

— Você disse que não tem motivos de ir para casa, posso te levar para o meu apartamento? É apenas por já ser tarde, apenas isso.

— Você realmente confia assim em mim? Acabou de dizer que é um empresário, olha que eu posso querer me aproveitar disso.

— Quero correr o risco — Ao vê-lo sorrir para ela, Lizandra sorri de volta — Para o apartamento na cidade.

Logo eles estavam no prédio onde Darlan tinha um apartamento. Lizandra se acha uma louca por acompanhar um homem que ela nunca tinha visto antes, mas estava cansada de fazer tudo certinho, tudo bem planejado e calculado. Ao entrarem no elevador ela o olha e vê o quanto ele era bonito, diria que lindo, alto, barba por fazer, cabelos escuros e os seus olhos eram de um azul intenso.

O apartamento de Darlan era uma bela cobertura, com uma vista panorâmica da cidade. O lugar era bonito e aconchegante, e também muito luxuoso.

— Nossa! Você realmente deve ser muito rico — Lizandra nunca havia entrado em um apartamento tão luxuoso como aquele.

— Mérito do meu pai, que construiu tudo o que temos. O que quer beber?

— Vinho. Acredito que vinho seja uma boa opção para o momento.

— Eu já volto — Darlan logo volta com uma garrafa de vinho nas mãos.

— Confesso que conheço esse vinho somente de nome — Lizandra responde rindo, aceitando a taça que ele lhe serve — Olha, confesso que não pensei ser tão bom — Diz ao primeiro gole, saboreando outro em seguida — É uma delícia.

— Que bom que gostou.

Eles bebem conversando sobre assuntos banais, Lizandra só queria esquecer o que tinha vivido horas antes, e naquele momento só queria aproveitar a companhia agradável de Darlan, e aquele vinho maravilhoso.

Depois de algumas taças eles ficam se olhando, como se os dois lutassem para não avançarem o sinal, mas um pensamento invade a mente de Lizandra. Darlan era lindo e não podia negar estar se sentindo atraída por ele, talvez pelo vinho ou pelo desejo de vingança. Com uma coragem que pensou não ter, ela se aproxima de Darlan e o olha nos olhos.

— O que está fazendo? — Darlan se assusta ao ver Lizandra se aproximar dele.

— Você tem namorada? Não quero ser a vilã nessa história — Lizandra fala em um sussurro.

— Não, eu não tenho namorada.

— Eu sempre fui muito rígida comigo mesma, por isso hoje eu só quero continuar fazendo o que nunca fiz antes.

— Como o que por exemplo? — Darlan pergunta sem tocá-la

— Isso...— Lizandra sorri maliciosa, antes de roçar os seus lábios nos dele.

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