O celular da Barbara começou a tocar. Ela o sentiu vibrar nos seus pés. Lá fora um barulho assustador começou a ecoar. Era de uma motosserra. O carro então se movimentou um pouco e ela sentiu uma dor lacerante na sua perna. Gritou.
— Tudo certo aí? — perguntou Valéria.
— A minha perna dói. Dói muito.
Começou a mexer no airbag, tentando se livrar de toda aquela lona amontoada em cima de si. Enfim, conseguiu enxergar a sua coxa direita. Havia um pouco de sangue ali. Levou os dedos até lá e sentiu um pequeno estilhaço fincado na pele. Ela mexeu um pouco mais no airbag e conseguiu liberar a janela à esquerda. Lá fora a chuva ainda caia, mas não mais tão forte.
Uma mulher do corpo de bombeiros se aproximou às pressas quando a viu aparecer na janela.
— Tudo bem, Barbara?
Ela secou as lágrimas e olhou novamente para coxa.
— Tem um estilhaço na minha perna.
— Já estamos acabando. A sua porta está emperrada, então vamos ter que cortar. Só mais alguns minutos.
Barbara assentiu.
Não demorou mui