Matheus saiu do prédio tropeçando nos próprios pés. O seu corpo vibrava de ódio. Caminhou até a sua moto e sentou-se no meio-fio. Desbloqueou a tela do celular e ligou para Barbara.
— Está atrasado — disse ela ao atender em um tom humorado.
— O seu porteiro não quis me deixar subir.
— O quê? O que aconteceu?
— Ele é um racista do caralho, disse que você não estava em casa. Me colocou pra correr com um pedaço de pau. — Levantou-se do chão quando viu ao longe, no final da rua, um carro da polícia. — É melhor eu ir, acho que o filho da puta chamou a polícia.
— Não! Não vai, estou descendo.
Barbara encerrou a chamada e desceu às pressas. Quando saiu do elevador, viu o porteiro parado no meio do saguão segurando o taco de madeira. Ao sentir a aproximação dela, o homem virou-se para Barbara.
— Senhorita, é melhor que não saia. Tem um homem perturbado lá fora. — Ele estendeu a mão tentando obstruir a passagem dela.
— Saia da minha frente! — Foi rude. Continuou a andar e passou por ele.
— Mas