Quando amanheceu, uma fresta de luz que passava entre os tapumes, despertou Matheus ao arder contra o seu rosto. Ele olhou ao redor e viu como aquele lugar era sujo. Havia uma ossada ali, presa a pedaços de roupa. Desviou o olhar daqui e respirou fundo o odor de podridão no ar, buscando se acalmar enquanto tentava não vomitar novamente.
As horas foram passando, o lugar foi ficando cada vez mais quente e sem ar, como dentro de uma estufa. O estômago roncou de fome e a boca colava de sede. Escutou passos lá fora e depois, conversa. Ouviu quando um deles mandou que retirassem ele lá de dentro para que descessem até a Boca 1. Mesmo que soubesse que sairia dali a caminho da morte, estava minimamente aliviado de deixar aquele barraco. A portinhola foi aberta e um homem entrou apontando-lhe uma arma.
— Levanta, otário! — mandou, cutucando a sua cabeça com a ponta da pistola.
— Estou com os pés atados. Não dá pra levantar.
— Desamarra o pé do comédia.
Outro homem se aproximou e desatou o peda