66. CONHECERMO-NOS MELHOR
Depois de finalmente sair de casa dos sogros, tinham percorrido a cidade sem rumo por algum tempo. Quando pararam em frente à loja do amigo do Gerónimo, Cristal sentiu uma inquietação instalar-se no seu peito. O seu olhar nervoso procurava ao redor para se certificar de que ninguém a pudesse ver.
— Gerónimo, não quero comprar nada agora, estou mesmo muito cansada — desculpou-se Cristal.
— Querida, será só um momento. Escolhe o que quiseres, eu pago e vamos embora — insistiu Gerónimo com um sorriso, ignorando a falta de ânimo dela.
— Não, amor. Melhor pede-lhe que me mande o catálogo. Eu encomendo online e amanhã vens buscá-lo, está bem? — respondeu ela, deixando transparecer o rubor que tingia as suas bochechas. Uma desculpa, uma tentativa subtil de não sair do refúgio que era o carro ou, melhor ainda, de ir para casa. — Amor, dói-me um pouco... lá em baixo... — acrescentou envergonhada, esperando que Gerónimo cedesse.
A reação dele não se fez esperar; a sua expressão mudou de