574. CHEGANDO A UM ACORDO
MAXIMILIANO:
Coral desvia o olhar por um instante, como se tentasse ocultar a fissura que minhas palavras acabaram de abrir em sua fortaleza. Quando volta a me olhar, seus olhos são um campo de batalha entre o desejo de confiar e o medo herdado de uma vida cheia de traições.
—Você não entende, Max —sussurra, enquanto brinca nervosamente com o pequeno anel de prata em sua mão—. Eu realmente entendo o que minha bisavó me explica, mas não por isso deixo de temer. Tenho medo de que esse comando se ative e acabe com todos.
—Por isso mesmo precisamos fazer isso, Thea mou —digo, encurtando a distância entre nós, embora ela dê um passo para trás. Entendo pela primeira vez que não é rejeição o que seu corpo reflete, mas uma briga interna que nem ela mesma sabe como vencer.
Maldigo em silêncio, sentindo que o nó em minha garganta não me deixa respirar. A ideia de que ela está presa entre a ameaça desse comando e o que devemos fazer me faz sentir com as mãos atadas, porque é sua decisão,