GERÓNIMO:
Olho para Cristal quando chegamos ao quarto. Ainda não recuperei a memória. Sei que é minha esposa e sinto que vou amá-la muito; lembro do nosso primeiro beijo, quando ela fugiu comigo, e algumas cenas de sexo. Mas nada mais, e isso me entristece, porque vejo que ela me adora.
—Céu, Céu —a chamo, movendo-a pelo ombro suavemente. —Por que você me chama assim? —pergunta imediatamente minha esposa com tristeza no olhar. —Não é seu nome? —pergunto a minha vez sem entender. —Você sempre me chamou de Céu, não mude, amor —diz ela com doçura—. Lembra o que mais gosto que você me diga? Fico em silêncio, buscando nos recantos mais escuros da minha memória algo que me conecte com suas palavras, com seu olhar cheio de esperança. Mas o vazio ainda