O tom de sua voz é agudo, carregado de raiva. Tomo uma respiração profunda para me acalmar antes de responder, mas não posso evitar que a frustração aperte meu peito. A quem ela está chamando de desgraciado? Não vou permitir que macule o sangue da minha família.
—Daniela, sou eu, Colombo! Abre a porta! Temos que conversar —digo com firmeza, garantindo que ela me ouça, mas também deixando claro que não vou embora até que o faça. Do outro lado da porta, ouço passos apressados, objetos se chocando e uma expressão de frustração que, apesar dos anos, me parece familiar. Finalmente, a porta se abre de uma vez e Daniela me olha com surpresa, usando óculos escuros. É de noite e sei o que isso significa. Eu os tiro. De fato, ela tem um olho roxo. —O que faz aqui, tio Colombo? —pergunta, cruzando