Asiri estava muito furiosa depois de encontrar Ellie na cafeteria. Se havia algo que a enfurecia, era ser usada.—Não posso acreditar que ela me fez fazer isso! Não posso acreditar! —exclamou ao entrar em casa e deixar cair sua bolsa com raiva sobre um sofá.—Do que você está falando, querida? —perguntou seu marido Salvador ao vê-la entrar incomodada. Ele se aproximou com a menina nos braços e deu um beijo—. Ou de quem?—De Ellie! —gritou furiosa—. Você sabe que ela me fez investigar a esposa desconhecida de Gerónimo?—Sério? —perguntou surpreso—. E como você percebeu que era ela, se ainda não a conhecemos?Asiri respirou fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções que a invadia. A presença de Salvador e de sua filha lhe oferecia uma âncora de paz, mas a ira ainda ardia em seu peito. Ela se sentou, tentando recobrar o controle, enquanto Salvador se acomodava ao seu lado, atento.—Porque Cecil estava lá —respondeu, bebendo água—. Ellie também a havia convidado, porque queria que eu
Asiri se aproximou e contemplou a imagem que seu amigo apontava. Torceu o rosto em uma careta; toda a irritação que sentia voltou de uma só vez. Respirou fundo por alguns momentos antes de responder. —Sim, é uma conhecida minha e uma louca apaixonada por Gerónimo. Acabei de estar lá, naquele café, com ela. Por quê? —perguntou, franzindo a testa. —Você conhece esse tipo? —continuou perguntando Darío, sem ainda responder. —Não, é a primeira vez que o vejo. Quem é? —quis saber Asiri, preocupada ao ver a expressão séria de seu amigo. Darío explicou que ele se chamava Jarret ou Sérgio; ainda não definiram qual dos dois nomes era o verdadeiro. Ele era o prometido de Cristal na América, a esposa de Gerónimo, e estava tramando algo com Ellie, a conhecida de Asiri. Ela se concentrou na imagem da câmera de segurança, onde eles apareciam conversando, enquanto perguntava: —Como você o conhece? Não consegue ouvir o que estão dizendo? —Não, o áudio não está funcionando —respondeu D
Jarret, embora aparentasse estar magoado com o que havia acontecido, poderia ser um aliado inesperado para Ellie em suas tentativas de separar Gerónimo de Cristal. No entanto, ela não podia confiar nele até que investigasse se era verdade tudo o que ele dizia. A desconfiança era um fantasma sempre presente, uma sombra que perseguia cada movimento e que definia suas vidas. —Por isso —disse Jarret, mostrando seu telefone com várias fotos dele ao lado de Cristal—, faz cinco anos que somos namorados e não quero perdê-la. Então, se você quiser recuperar seu namorado, talvez possamos colaborar. A cafeteria, testemunha silenciosa de confissões e revelações, era um lugar onde as palavras e os sentimentos fluíam livres, liberados das amarras impostas pela sociedade e pela máfia. O pacto tácito de verdade que Ellie estendia a Jarret era frágil. Em sua mente, o desejo de proteger o pouco que restava intacto se tornava um impulso poderoso. —O que você quer que eu faça? —perguntou Ellie, ven
Gerônimo saiu feliz do escritório de seu tio Fabrizio; nunca imaginou que não receberia um puxão de orelha pelo que havia causado no tribunal e na guerra, e muito menos que seu tio estaria disposto a fazer as pazes com os Grecos só por ele. Sentia que não conseguia conter sua alegria. Pensou que teria que lutar contra toda a sua família pelo amor de sua vida, até mesmo que poderia ser forçado a abandoná-los se não a aceitassem. Mas agora não apenas a aceitavam, mas o chefe da família iria ajudá-lo a se casar com sua Cielo. Ele pegou o telefone e ligou para Cristal, que respondeu de imediato.—Amor? —perguntou ela.—Sim, sou eu, meu Cielo. Acabei de falar com meu tio. Você não vai acreditar, amor, nem eu mesmo consigo acreditar ainda! —exclamou enquanto caminhava em direção a sua casa.—Que coisa? Tudo correu bem? —perguntou Cristal ao perceber a alegria na voz de seu esposo.—Mais que bem, querida. Mas, onde você está? Por que não sinto seu irmão com você? —perguntou Gerônimo preocupa
Gerônimo balançou a cabeça, explicando o que seu tio tinha pedido. Ele precisava falar com seus pais e contar toda a verdade.—Depois que eu fizer isso, vou para lá —disse, acelerando o passo, ansioso para terminar e poder estar com ela—. Então agora estou indo para casa; se eu demorar, não se preocupe, querida. Mas não se afaste do seu irmão, vá para a casa dele agora mesmo. Veja primeiro se não há ninguém no corredor.—Vou fazer isso, não seja paranoico, ninguém sabe que estou aqui —respondeu ela, obedecendo ao seu pedido.—Não seja tão confiante, meu Céu —exigiu Gerônimo com carinho—. Faça o que eu digo antes de sair da nossa casa.—Já fiz isso, não há ninguém —disse Cristal enquanto avançava em direção ao apartamento do irmão—. Cheguei, não se preocupe. Cuide-se, amor; há muito perigo nas ruas, diz Maxi.—Vou cuidar de mim, Céu —suspirou aliviado Gerônimo—. Eu te amo.—Eu te amo mais —respondeu Cristal, soprando um beijo justo antes de entrar na casa do irmão.Gerônimo se dirigia
Giovanni semicerrou os olhos, considerando lentamente as palavras de seu filho. A possibilidade de uma aliança, embora inimaginável, entre os Garibaldi e os Papadopulos começava a se insinuar em sua mente como um pensamento perigoso, mas tentador.—Filho —começou a falar Giovanni—. Você sabe o que isso significa para todos nós. Não é apenas sua vida que está em jogo. Toda a nossa família pode ser afetada por essa decisão.—Eu entendo o que isso implica, pai. Mas esta é a minha vida e a minha decisão. Cristal —Agapy— e eu escolhemos o amor em meio a essa neblina de rivalidades e segredos. Espero que um dia vocês possam entender e aceitar isso —disse, com firmeza.Rosa, ainda presa na incredulidade e na ira, cruzou os braços, decidida a se opor ao que considerava uma gravíssima traição.—Gerônimo, você não pode simplesmente esperar que aceitemos isso sem mais. Você sabe o que está nos pedindo? —sua voz tremia entre a fúria e o desespero—. Você não vai se casar e ponto! Eu disse isso ant
De repente, ouviu-se uma enorme explosão e o barulho de pneus rangendo no asfalto, enquanto Guido podia ouvir claramente como seu irmão manobrava para manter o carro. Então, um impacto e nada mais. Um silêncio tenebroso devolveu o telefone a ele.—Gerônimo, Gerônimo, meu irmão, responde, responde…! —chamava assustado Guido, enquanto acelerava e enviava uma mensagem de emergência para todos os seus contatos com a localização do carro de seu irmão.Os pensamentos de Guido eram um turbilhão enquanto seu carro avançava. Ele não poderia permitir que aquele silêncio repentino e aterrador fosse definitivo. Seu vínculo com Gerônimo ia além do sangue; era uma conexão forjada nas alegrias e nas dificuldades, no amor e nas batalhas contra inimigos em comum.—Gerônimo, Gerônimo, meu irmão, responde, responde&hel
Desde o carro que dirigia Coral, Cristal ouvia o som distante dos disparos de seu amado; cada recarga da arma se sentia como um batimento em seu coração. Seu mundo girava em torno da voz de Gerônimo, de suas palavras entrecortadas pela dor.Maximiliano, concentrado, planejava os movimentos a seguir assim que alcançassem a montanha. Sua mente trabalhava a todo vapor, destacando a importância de cada decisão. Sabia que qualquer erro poderia ser fatal. Cada quilômetro percorrido sob a lua parecia eterno, mas a cada avanço, a esperança se fortalecia.Enquanto isso, Gerônimo, com grande esforço, deixou cair seu telefone e sacou seu revólver. Começou a se deixar guiar pelo som dos passos de quem se aproximava. Disparava e só se ouviam os gritos; uma e outra vez disparava e sempre acertava o alvo, fazendo com que retrocedessem.—¡Parem! ¡O Garibaldi vai nos matar a