As coisas no escritório esquentou.

Entro no escritório e fico boquiaberta com a decoração.

— Nossa, essa prateleira de livros atrás da mesa, ficou muito top, show de bola. - elogio.

Vou até a mesa dele e vejo um celular iPhone em cima de uma agenda de capa dura, na cor azul escuro.

— Ainda bem que não está dentro de nenhuma gaveta, odeio xeretar as coisas dos outros.

Ao pegar o telefone e a agenda, sem querer eu acabo derrubando uma pequena pilha de papéis no chão.

— Oh, mas que merda. - xingo num tom alto —  Sempre desastrada.

Por estar sozinha no escritório, ao invés de eu agachar para pega- los, eu decido só me esquivar.

— Quase, falta só mais três. - digo já com vários papéis na minha mão.

Crrrr! - a porta se abre de repente.

— Uau, acho que depois dessa cena, eu terei que tomar um banho bem gelado antes de sair. - diz num tom malicioso.

Eu me assusto e me levanto tão rapidamente que acabo derrubando novamente no chão, todos os papéis que eu já havia pegado.

— Ah, senhor Price, me desculpe pela cena.  Eu pensei que ainda estivesse no banho. - finjo não ter notado o modo como ele disse — Não imaginei que viria até o escritório antes de sair.

— Tudo bem, Grace. - diz num tom agradável — Não precisa se desculpar.

— Como não, senhor Price?! - digo cabisbaixa — Eu devia ter me agachado e não me esquivado de tal modo que desce para ver o que não podia.

— Sim, deveria, mas não o fez. - caminha em minha direção — O que foi uma decisão muito boa e prazerosa para mim.

Olho para ele confusa e sem entender nada.

— Como assim, senhor Price? - olho atentamente — O que o senhor está querendo me dizer com isso?

Ele coloca uma pequena mecha do meu cabelo que está solto, atrás da minha orelha, causando um pequeno arrepio pelo meu corpo.

— Que é graças a essa cena que acabei de ver, que me dará mais ânimo para trabalhar hoje.

Engulo em seco enquanto meu coração dispara.

— Esse seu traseiro, revestido de um micro fio dental, só Deus na causa.

Continuo cabisbaixa, totalmente envergonhada e sem dizer uma palavra.

— Acho que só a água gelada do meu chuveiro, não vai acabar com a excitação do meu amiguinho aqui.

Sem querer olhar, mas olhando pois eu estou cabisbaixa, vejo a protuberância por cima da sua calça social.

.." Sei que o que ele está fazendo agora se classifica como assédio sexual, mas infelizmente eu não posso rebater ou ameaça- ló, afinal é meu primeiro dia de trabalho e eu não teria como provar nada. - suspiro fundo – Ainda mais com a grana toda que ele tem.

Sem alternativas, eu resolvo disfarçar o meu constrangimento e tentar mudar de assunto.

— Eu já avisei ao motorista que o senhor irá sair em uma hora.

— Ok, Grace, obrigada. - agradece gentilmente.

— O senhor precisa de mais alguma coisa, ou eu já posso ir? - pergunto olhando diretamente.

— Não, por enquanto é só isso, você já pode se retirar.

— Ok, com licença, senhor.

Ele acena com a cabeça, eu vou em direção a porta e saiu sem olhar para trás.

.." Não acredito no que acabou de acontecer lá dentro. - suspiro um pouco mais aliviada.  – Vou ter que comprar umas calcinhas mais descentes para esse trabalho.

Coloco o telefone no bolso do meu blazer, vou até o quarto dele, dou uma arrumada na cama, pego a bandeja do café da manhã e levo para a cozinha.

— E aí Grace, deu tudo certo? - pergunta enquanto olha a cozinheira separando as coisas para o almoço.

— Graças a Deus sim, senhora Constância.

Apesar dela ser bem simpática comigo, eu decido não contar a ela sobre o que houve no escritório.

.." Ela já está aqui a bastante tempo, então, se eu disser a ela, é bem capaz dela achar que eu estou mentindo só para tirar dinheiro dele.

— Que bom, fico feliz. - sorri para mim e eu retribuo.

Como eu não tenho nada para fazer nesse momento, eu vou até o jardim para tomar um pouco de ar.

— Esse jardim é tão bem cuidado. - olho admirada enquanto me sento em um balanço de madeira — O jardineiro deve ter mãos de anjo.

Passado alguns minutos admirando e balançando lentamente, vejo o senhor Price saindo para o trabalho.

Ao olhar para o carro eu noto que o vidro de trás do carro está um pouco abaixado, e assim que ele percebe que eu estou olhando, ele dá um sorriso e uma piscada ousada para mim.

Eu, é claro, que desvio o olhar.

.." Não sei se é um teste, uma provocação ou uma cantada mesmo por parte dele, mas seja o que for eu preciso ser forte e decidida. Eu não posso, eu não vou, seder aos encantos dele tão facilmente. - senti firmeza em mim mesmo — Eu preciso, eu devo, me manter no meu lugar.

Uma hora depois o celular particular dele bipa com uma mensagem.

'- Grace, eu pedi para entregarem dois uniformes para você, aí na mansão. Mandei fazer sobe medida.

Obs: Já estão pagos, é só você receber.

Sr. T.M.P

Depois de ler eu mando a resposta.

'- Ok, senhor Price.

— Eu queria saber como ele sabe as minhas medidas, se ninguém as tirou.

Pouco tempo depois da mensagem dele, o entregador chega com os uniformes.

— Grace Scotty Butler?

— Sim, eu mesma.

Ele entrega um pacote para mim.

— Assine aqui, por favor.

— Ah, claro.

Assim que termino de assinar, ele se vai.

Entro na mansão novamente e vou direto para o banheiro bisbilhotar o tal uniforme.

— Ele deve estar louco se acha que vou usar isso daqui. - olho indignada para o pequeno uniforme — Eu estou aqui para trabalhar e não para fazer um striptease para ele.

Pego o celular e envio uma mensagem para ele.

'- Senhor Price, desculpa incomoda- ló, mas acho que o senhor errou nas medidas dos meus uniformes.

São apenas segundos para ele responder.

'- Não senhorita Grace, as medidas estão corretas. Esse é o uniforme que eu quero que você use no trabalho.

— Eu sei que não devo rebater já no primeiro dia de trabalho, mas isso já é demais. - digo a mim mesmo irritada.

'- Desculpa senhor Price, mas eu não vou usa- ló.

Segundos e recebo a resposta dele.

'- Tudo bem, não use. Vou adorar ter uma mulher gostosa como você, trabalhando peladinha, todos os dias em minha mansão.

— Cara, mas esse homem é muito descarado. - digo furiosa alisando o cabelo — Quem ele pensa que é?

'- O senhor não vai trocar os uniformes por tamanho maior, não é?

'- Não. É esse aí ou nenhum.

Suspiro fundo e mordo o lábio inferior.

'- Ok.

Desisto das mensagens e guardo o celular novamente no bolso do blazer.

— Ok, senhor Price. - sorriu perversamente — Se é provocação que o senhor deseja, é provocação que o senhor terá.

Na hora do almoço estou louca para ve- ló, mas infelizmente ele não aparece para almoçar.

— Tudo bem, eu terei minha oportunidade, isso eu garanto.

Depois do almoço faço tudo que preciso fazer e as 16:00 a Constância diz que já posso ir para casa.

— Depois de um dia cansativo e estressante, nada como um longo banho, um delicioso jantar e uma massagem nos pés antes de dormir.

Entro dentro de casa e me decepciono em tudo que vejo.

Roupas jogadas em cima do sofá, latas de cerveja e resto de comida em cima da mesinha de centro, louça empilhada dentro da pia, banheiro todo molhado, cama bagunçada e lixo cheio de moscas.

Anthony na rua como sempre.

— Meu, custa ele fazer alguma coisa aqui dentro, antes de sair?! - sinto-me exausta — Ele sabe que estou trabalhando para ajuda- ló, o que mais ele quer?!

Mesmo cansada eu começo a limpar toda a casa.

Já são quase 19:00 horas quando entro no banho.

— Preciso tomar um banho rápido e fazer o jantar para ele, ou vou escutar merda a noite inteira, porque com certeza ele vai chegar embriagado outra vez.

Termino o banho, faço o jantar e me deito no sofá da sala para espera- ló chegar.

— Já são quase 23:00 horas e nada dele. - olho indignada para o relógio na parede — Quer saber, vou subir e dormir, afinal quem tem que acordar cedo amanhã para trabalhar, sou eu.

Após me deitar são coisas de minutos para eu pegar no sono.

Meu sonho é com certeza, com o senhor Price. O sonho mais picante que já tive em toda a minha vida.

Fazendo- me já acordar excitada.

.." Se todos os meus sonhos se tornasse realidade, esse com certeza seria como uma tatuagem. Algo que você apaga da sua pele, mas não dá sua memória.

Levanto- me para ir ao banheiro, olho para o lado da cama e não vejo o Anthony.

— Ele não voltou para casa. - mordo o canto do lábio sentindo muito raiva.

Vou ao banheiro, lavo o rosto, escovo os dentes e volto para o quarto para me trocar.

— Bom, eu vou colocar uma roupa minha e na mansão visto o uniforme, afinal eu não vou andar pela rua com essa roupa minúscula.

Depois de me vestir, vou para a estação de trem, e mas uma vez, sem tomar café.

— Com a raiva e o ódio que eu estou, não consigo comer é nada.

Chegando na mansão a senhora Constância me chama até a cozinha para tomar café com ela outra vez.

Eu até quero recusar, mas não consigo.

— Grace, eu quero aproveitar para lhe entregar a chave do portão e da porta de serviço. - coloca a chave do lado da xícara de café — O senhor Price me pediu para entregar a você, assim que você chegasse. Assim você não precisa mais ficar esperando eu abrir o portão para você.

— Ah, sim, obrigada.

Pego a chave e coloco no bolso.

— Disponha. - sorri para mim — Ah, e antes que eu me esqueça, o senhor Price pediu para você dar uma organizada no escritório dele agora na parte da manhã.

— Tá bom, ok.

Tomo meu último gole de café.

— Bom, eu vou preparar o café do senhor Price e levar para ele, antes de ir para o escritório.

— Ok.

Levanto, preparo o café e levo até o quarto dele.

Por sorte, desta vez ele ainda está dormindo.

.." Graças a Deus hoje não terei que vê- ló como veio ao mundo.

Deixo a bandeja em cima da mesa, separo a roupa e o sapato, coloco em cima da peseira e em seguida vou para o escritório para dar uma organizada como a senhora Constância me ordenou.

— Bem, antes de começar, deixa eu vestir o uniforme que ele quer que eu use durante o serviço. - riu travessa enquanto me troco.

Estou organizando sua mesa quando ele entra.

— Bom dia, Grace. - cumprimenta agradavelmente.

— Bom dia, senhor Price. - retribuo da mesma forma.

Ele senta na sua mesa e começa a mexer em alguns papéis e pastas de documentos.

Eu, então, começo a limpar as prateleiras de livros.

— Grace?

— Sim, senhor Price. - olho para ele atentamente.

— Será que você pode subir na escada e pegar aqueles três livros preto que tá la na última prateleira, para mim.

Eu saco na hora o que ele realmente quer.

— Claro que sim, senhor Price, agora mesmo.

Puxo a escada e subo vagarosamente, para poder proporcionar a ele uma boa visão do meu belo 'traseiro', como ele mesmo havia dito.

.." Engole essa, senhor Price.

Não atrevo a olhar para baixo, pois sei que ele está olhando para de baixo do meu uniforme.

— Porra Grace, você não fez isso. - xinga quase que caindo da cadeira.

Dobro o polegar e mordo para segurar a vontade enorme de rir.

— O que eu fiz de errado senhor? - pergunto como se não soubesse.

— Você teve a ousadia, a audácia, o atrevimento, de não vestir calcinha nenhuma hoje?!

Mordo um pouco mais forte, pois a vontade de rir é imensa.

— Bem, o senhor me disse que era esse uniforme minúsculo e super apertado ou nada, então, para me sentir um pouco mais confortável eu prefiri deixa- lá livre para tomar um arzinho.

— Não, isso é só para me provocar. - disse agitado, levantando- se da cadeira.

— Porque eu ia querer provocar o senhor? - indago sentindo- me satisfeita com o resultado — O que eu ganharia com isso?

— Porque me provocar? O que você ganharia com isso? - diz num tom firme — Desce agora mesmo daí e eu vou te dizer olhando em seus olhos.

Obedecendo a ordem dele, eu desço e fico de pé, perto da escada, olhando- o fixamente.

— Ahm, desci senhor.

Ele se aproxima de mim, deixando- me totalmente nervosa.

Olhando diretamente em meus olhos enquanto sua boca se aproxima cada vez mais da minha.

Engulo em seco ao sentir sua respiração quente em meus lábios.

— É por isso que você quis me provocar, não é? - esfrega- se em mim, fazendo eu sentir sua protuberância dura dentro da calça social — É isso que você tá louquinha para ganhar! - diz com convicção.

Desvio o olhar do dele e mordo o canto do lábio nervosamente.

— Quer que eu te dê um trato, porque o seu marido já não tá dando conta a meses, não é mesmo? - diz bem perto do meu ouvido, causando um arrepio por todo o meu corpo.

Eu quero dizer que ele está certo no que diz, mas não, eu jamais me atreveria a confirmar isso.

Jamais daria esse gostinho a qualquer homem.

— O senhor está certo. - confirmo — Eu e o meu marido já não transamos a algum tempo, mas daí dizer que eu tô louquinha para que o senhor me de um trato?! - riu sarcasticamente — Não, nisso o senhor está completamente errado, senhor Price. - balanço a cabeça negativamente — Eu não preciso de um homem para me satisfazer. Sou mulher o suficiente para usar um vibrador ou meter o dedo nela e masturba- lá até eu mesmo dizer chega.

Desta vez ele engole em seco.

— Agora com licença senhor. - afasto- me dele — Eu preciso avisar ao seu motorista que o senhor sairá para a sua empresa em alguns minutos.

Começo a caminhar em direção a porta.

— Não, você só sai daqui depois que vestir sua roupa de volta. - diz firmemente, segurando em meu braço.

.." Mas um ponto positivo para mim. - sorrio vitoriosa.

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