Enquanto eu comia, ouvi passos rápidos e, em poucos segundos, Carlinha apareceu na porta do quarto. Ela estava impecavelmente arrumada, com o uniforme da escola e os cabelos presos em um rabo de cavalo.
— Mamãe, você não vai me levar pra escola? Não vai trabalhar hoje? — perguntou, com uma carinha curiosa.
Olhei para ela, confusa.
— Quem te arrumou, filha?
— Foi o papai. — Respondeu com um sorriso orgulhoso, apontando para Matheus, que estava escorado na porta com aquele ar típico de quem aprontou algo.
Virei o rosto para ele, arqueando uma sobrancelha.
— O que você quer, Matheus? Primeiro café na cama, agora arrumando a Carlinha? Tá querendo algo?
Ele ergueu as mãos, fingindo inocência.
— Já disse que não é nada. Só tô agradando minha bandida preferida.
— Sei... Essa história tá muito mal contada. — Respondi, desconfiada, mas decidi não insistir. Ele sempre tinha uma carta na manga.
Terminei meu café da manhã e me arrumei rapidamente. Matheus nos levou até a escola.
— Vai lá, pequena