Por Matheus (MT)
Cheguei em casa com a cabeça a mil, como sempre. O dia foi puxado, mas isso era rotina para alguém como eu. Assim que abri a porta, dei de cara com Luizinho largado no sofá, segurando o controle remoto e mudando de canal como se fosse o dono da casa.
— O que você tá fazendo aqui, viado? — perguntei, rindo. Era sempre assim. Ele aparecia sem avisar e agia como se tivesse as chaves do lugar.
Ele me olhou por cima do ombro, com aquele sorriso sacana que só ele sabia dar.
— Achei que tava na hora de fazer uma visitinha pro meu cunhadinho. — Debochado, como sempre.
— Sei… Tá com saudade? — rebati, largando a mochila no canto e indo em direção à cozinha.
— Nenhum dos dois. Vim te perguntar o que tá pegando.
Parei no meio do caminho, franzindo a testa.
— Que porra é essa?
Ele se ajeitou no sofá, ficando mais sério.
— Tá avoado, MT. Nem tenta jogar essa de que é coisa das biqueiras ou dos carregamentos. Conheço bem essa sua cara.
Antes que eu pudesse responder, Carlinha en