Capítulo 99
Subtítulo: Quando nem o dinheiro, nem o poder encontram respostas, só resta o medo de um luto invisível.
O salão principal da mansão dos Beaumont estava mergulhado em um silêncio denso. Nem o som das taças sendo recolhidas, nem os passos dos empregados conseguiam quebrar o peso que pairava no ar. A lareira crepitava discretamente, mas o calor não chegava ao coração de Isabelle Moreau-Beaumont.
Sentada em uma poltrona de veludo bordô, com as mãos entrelaçadas no colo, ela encarava a lareira como se esperasse que dali saísse alguma resposta. O marido, Augustus Beaumont, estava de pé, de costas para ela, observando a chuva escorrendo pelas vidraças da janela. O rosto duro, impenetrável, como de costume.
Mas até o mais frio dos generais sabe quando está perdendo a guerra.
— Já se passaram oito meses, Augustus — murmurou Isabelle, com a voz embargada. — Oito meses sem nenhuma notícia. Nem uma mensagem. Nem um sinal.
Ele não respondeu. Apenas apertou os punhos, contendo a própr