Hannah Mond.
Bufei, fechando e abrindo meus olhos, enquanto respondi ela através da nossa ligação mental:
— Como se eu quisesse! — usei um tom irônico.
— Você me prometeu! — Ayla me lembrou. — Disse que ia me deixar vê-lo! — ela fez beicinho resmungando.
— Tá bom!
Respirei fundo, colocando meus braços sobre a mesa deitando minha cabeça sobre eles em seguida. Eu queria dormir, mas a Ayla é minha única irmã, eu confio nela e ela confia em mim. Então aqui estou.
— Pode voltar a realidade amiga!? — Sophie falou rindo — Vamos dançar?
Levantei minha cabeça e encarei ela incrédula, eu? Dançar. Ayla riu, ainda com suas orelhas e faro aguçando cada vês mais.
— Pode ir. Eu vou ficar bem aqui! — Respondi
— Tem certeza? — ela semicerrou seus olhos — Você não vai embora.
— Foram me buscar, lembra? — dei de ombros — Se eu sair antes da meia noite. Capaz de irem atrás de mim e me arrastar de volta... — Respirei fundo — Então não vou a lugar nenhum!
— Oba! — Sophie falou animada. Enquanto puxava seu parceiro para a pista de dança. Ela já recebeu sua marca e eu acho fofo como eles se dão bem — A gente já volta! Hannah!! — ela gritou
Sorri ao olhá-la, Sophie já me defendeu várias vezes na escola, desde que todos os comentários e as piadas começaram... Hoje eu fico muito feliz que ela tenha alguém por ela. Olhei em volta buscando uma saída, vi a porta de acesso a área reservada ao Jardim do salão...
— O que você faz aqui esquisita? — Antes que eu pudesse me levantar. Amelie se sentou junto com suas duas melhores cobras. — Você veio aqui atrás de um companheiro? — Elas riram alto — Veio ser rejeitada novamente?
— Hannah me deixe respondê-las, por favor... Me deixe colocá-la em seu lugar — Ayla uivou de raiva em minha mente, tentando pegar o controle.
— Não! Está tudo bem...
— O que ouve com o seu ex-namorado? — Amelie cortou minha resposta a minha loba, enquanto falou.
Ela sim é aquelas garotas padrões, seu corpo parece de uma modelo, seus cabelos são claros e curtos, bem lisos. Ela também usa roupas muito curtas. Arrisco a dizer que se consegue ver seu útero e o que sua parte de cima tampa, dá para dizer que é apenas sua auréola dos seios. Era melhor andar nua.
— Ah! Ele se apaixonou por mim e te humilhou, na escola! — Voltei o meu olhar para ela sentada na minha frente, rindo alto.
Eu poderia chorar, mas sei que ele não era meu companheiro, agora eu sei disso. Então não faz sentido eu me sentir mal com suas palavras, aquele passado foi um erro meu, que não devo cometer novamente, apenas isso.
— Isso aí garota. — Ayla falou em minha mente. — Agora você só precisa aprender a dizer essas coisas em voz alta.
Há não. Não estou no clima de respondê-las, na verdade nunca estou. Odeio isso, valentões na escola, na vida no mundo. Mesmo assim meus olhos começaram a se encher de lágrimas, quando as três najas, começaram a me ofender.
Uma ofensa atrás da outra, eu não sei porque elas me odeiam tanto, graças a mãe, Amelie não é a próxima beta...
Ayla estava arranhando minha mente, em busca do controle, para enfrentar elas, mas isso não é necessário. Não vim aqui para minha loba rasga ninguém...
— Como que vai ser. Ser rejeitada novamente esquisita, como vai ser quando seu companheiro ver que está emparelhado com você? — ela riu em deboche.
Essas são minhas maiores dúvidas, meus medos e insegurança. Mas eu estava mantendo elas sobre controle, até algum falar em voz alta. Isso deixou minhas mãos trêmulas, minha respiração pesou e o meu peito doeu. Eu ia me levantar para me afastar, sempre faço isso nessas situações, mas as duas garotas sentadas uma a cada lado meu, seguraram no meu braço me forçando a ficar. Isso é maldade, mas eu travei.
— Sabe esquisita! — Amelie falou com um ar de superior. — Eu. Tenho dezessete anos. O filho do Alfa ainda não tem uma companheira, ele já tem vinte e oito anos e está prestes a assumir a matilha, daqui a alguns meses eu completo dezoito... Meu pai o beta do pai dele, me disse que se até lá, a sua companheira não aparecer, eu serei a sua primeira escolha. — Senti algumas lágrimas escorrendo por minhas bochechas sem nem saber o motivo, enquanto ela falava jogando seus cabelos para trás. — Eu serei a Luna desta matilha. E a primeira coisa que vou fazer...
Ayla parou de pular e grunhir ferozmente em minha mente, tentando tomar o controle, ela sentou imediatamente e cheirou o ar de olhos fechados.
— Companheiro! — ela disse em minha mente.
Forcei ao máximo meus lábios fechados para não repetir, suas palavras.
— Meia-noite!!!! — ouvi todos gritar como manda a tradição.
Fechei meus olhos, quando aquele cheiro maravilhoso entrou pelo meu nariz, o cheiro mais gostoso e intoxicante que eu poderia sentir em minha vida. Eu poderia viver enrolada nesse aroma pelo resto da minha vida. Respirei fundo identificando o cheiro amadeirado com um leve aroma sutil de menta.
Tudo a minha volta desapareceu, o silêncio tomou conta dos meus ouvidos, me fazendo ouvir as batidas do seu coração e estavam tranquilas. Se ele puder ouvir o meu, vai pensar que estou sofrendo de um ataque cardíaco, pois agora que tudo ficou quieto, eu sabia exatamente de onde aquele cheiro vinha.
— É ele... É ele!!! — Ayla pulava e dava cambalhotas...
Ela é como uma pequena loba em minha cabeça. Eu consigo senti-la de todas as maneiras possíveis, até seus movimentos, mas não podemos nos ver... Bom eu não posso ver ela. Mas ela pode me ver através dos meus olhos...
Hesitei por um segundo, mas eu tinha que saber, mesmo com meus olhos se arregalando a medida em que minha cabeça se virava, o meu corpo todo se arrepiava quando foquei nele. Naquela mesa. Um copo vazio estava nas suas mãos, enquanto ele o colocava lentamente sobre a mesa, com seus olhos já sobre mim. Um suspiro incrédulo escapou dos meus lábios.
— É ele Hannah! Nosso companheiro. Companheiro!! — Ayla dava cambalhotas em minha mente. — Eu quero brincar, vamos brincar com ele Hannah!?
Meus lábios se abriram lentamente em choque e com um suspiro sussurrei:
— Não. É o Herdeiro Alfa...