Hannah Mond.
Arregalei meus olhos ao ver quatro homens sentados e um deles em específico chamou a minha total atenção. De uma forma tão estranha a ponto do meu coração dar um salto tão forte que suspirei fracamente. Eu já vi o herdeiro alfa algumas vezes, mas de longe e nunca foi como agora.
Meu coração acelerou de uma forma tão grande, que me senti como se fosse um carro e o meu coração o acelerador. Ele estava recostado na sua cadeira, com o seu braço sobre a mesa, segurando um copo de bebida, enquanto conversa com alguém, mas meus olhos não queriam sair dele, então não sabia quem era.
Ele é um homem alto, muito mais alto do que eu. Sua pele é parda, sua presença é tão imponente, que somente ele parece dominar todo esse lugar. Seus cabelos castanhos não tão claros nem tão escuros, estão penteados para cima, exibindo um estilo despojado e moderno que me atraiu instantaneamente. Os lados mais curtos conferem-lhe um ar de elegância e mistério, que me instiga a conhecê-lo melhor. Sua barba está bem aparada, mas ainda dá para ver que ela desenha seu maxilar. Com um olhar rápido, muito rápido, um impulso da minha loba, consegui ver seus músculos definidos sobre a camisa aberta, por conta de dois botões desabotoados.
Uma tatuagem em seu braço fazendo um caminho para cima, chamou a minha atenção, uma parte toda preenchida, se escondendo na sua manga, algo que me fez querer descobrir até a onde ela ia. Sua postura confiante e os anéis em seus dedos adicionam um toque de estilo e sofisticação à sua imagem já impressionante. Observá-lo é como contemplar uma obra de arte viva, cheia de mistério e beleza.
Neste momento, percebi que esse homem despertou em mim uma mistura de emoções complexas, desde admiração até uma pontada de nervosismo. Mas acima de tudo, sinto uma inexplicável conexão com ele, como se nossos destinos estivessem entrelaçados de alguma forma ainda desconhecida.
O inacreditável foi que quando tentei desviar o meu olhar, os seus seguiram diretamente para mim, enquanto ele levou seu copo até sua boca, algo que me fez tremer por dentro, eu simplesmente paralisei com a intensidade dos seus olhos escuros.
— Hannah! — pisquei, sentindo que ele tinha me libertado do seu encanto. — Você veio!! — Sophie gritou me abraçando.
Oh! Graças a Deus ela apareceu, pisquei algumas vezes com meu queixo encostado em seu ombro, enquanto a abracei sem jeito.
Caramba, Ayla quase tomou o controle, fazendo minha cabeça se virar para ele. Herdeiro Dominik estava com seus olhos semicerrados, enquanto alguém bateu em seu peito, mas isso não tirou o seu foco da minha direção.
Empurrei minha loba para trás em minha mente e olhei para o outro lado, poderia ser um engano meu. Ele poderia estar olhando alguém atrás de mim ou ao meu lado.
— Eu não queria vir! — Respondi minha melhor amiga, enquanto nos afastávamos do abraço.
Ela está linda, com seus cabelos cacheados ruivos caindo sobre seus ombros, com uma maquiagem leve realçando a tonalidade dos seus olhos escuros e um batom rosado fraco em seus lábios. Seu estilo é totalmente ao contrário do meu. Ela usa uma calça jeans apertada e uma segunda pele vermelha, realçando suas curvas... Ela é a extrovertida do nosso grupinho de duas. Cumprimentei seu companheiro e ele sorriu com um aceno, não sei se foi para mim ou para a mesa que estava atrás, já que virei de costa para a mesa dos alfas.
— Porque você não queria vir? — Sophie me encarou — Hoje você pode encontrar o seu companheiro, sabia?
— Sei. — Dei de ombros.
— Hannah, não. Amiga ele será bom com você! — Sophie resmungou, me dando um soquinho de leve no ombro. — Vem vamos sentar em uma mesa. — Ela agarrou minha mão e saiu me puxando entre essas pessoas felizes, bebendo, dançando e até se beijando. Sophie olhou por cima dos seus ombros, para mim — Eu. Estou aqui só para conhecer seu companheiro. — Ela sorriu, voltando sua atenção para frente, enquanto falava alto. — Quero só ver se ele passa no meu teste!
— Qual teste? — perguntei confusa, e quase correndo atrás dela.
Olhei por cima dos meus ombros e o companheiro da Sophie, caminhava tranquilamente atrás de nós, com suas mãos no bolso. Essa perspectiva fez minha loba gargalhar em minha mente.
— Ou ele é rápido andando. — Ayla riu alto. — Ou vocês têm pernas pequenas.
Eu poderia rir, se não estivesse em uma situação complicada. Até mesmo estranha, respirei fundo e olhei para Sophie, somos amigas desde crianças, ela é um ano mais velha, estou bem familiarizada com o seu jeito apavorada, divertida e doce dela. Assim como ela está com o meu, mais reservada.
— Seu jeito reservado? — Ayla parou de rir enquanto falou ironicamente, em minha mente. — Você é quase aquele animal, que coloca a cabeça dentro do buraco, a diferença é que ele tira...
— Eu viveria em uma caverna facilmente! — falamos juntas e rimos mentalmente...
— Sim Hannah! — Sophie parou diante de uma mesa, me tirando da minha conversa com a Ayla. — Ele precisa ser bom com você. Caso contrário eu mando o Felix matar ele!
— Quem, eu devo matar? — seu companheiro sentou ao lado dela, jogando seu braço sobre seus ombros.
— O companheiro da Hannah, se ele for mal com ela! — Sophie sorriu para ele divertida — Eu o mataria! Mas ele pode ser mais forte. Então só ajudo a esconder o corpo.
Ayla gargalhou em minha mente e eu sorri sentindo o meu rosto corar, enquanto me sentei na cadeira de frente para eles, com a mesa redonda nos separando... Deus a Sophie é demais. Mas mesmo com ela aqui ainda não consigo ficar tranquila.
— Ayla o que foi aquilo com o herdeiro Alfa Dominik? — conectei minha loba mentalmente novamente, depois de ver ele me sinto ainda mais nervosa.
— Eu não sei... — ela pausou, parecendo pensar — Eu sei que o nosso companheiro está aqui! Mas não sei onde... Eu não consigo localizá-lo... Ainda.
— Você está ainda mais confusa do que eu. — Resmunguei para minha loba. — Isso é ótimo, ele não quer que nós o encontremos. Podemos ir para casa então. — Falei mentalmente para minha loba, mas meu sorriso, alcançou meus lábios, enquanto me levantei.
— Para Hannah!!! — Ayla gritou com raiva e eu me sentei imediatamente. — Não está na hora ainda, mas eu vou. Vou localizá-lo, só me dê, um tempo, por favor!? — Minha loba parecia decidida...