Capítulo 37: “Segredos e Silêncios”
(Leonardo Narrando)
Eu sabia que ela estaria lá.
Clara sempre soubera onde me encontrar, sabia que eu não resistiria a encontrá-la, mesmo que fosse para encarar o passado que eu tanto tentava enterrar.
O lugar era discreto, um hotel afastado das luzes da cidade, onde os olhares curiosos não chegavam.
Ela sabia o que isso significava, sabia que a única coisa que restava entre nós eram as sombras, o silêncio carregado de significados não ditos.
A suite estava iluminada apenas por luzes baixas, o suficiente para que as sombras dançassem nas paredes, criando um clima que só nós dois compreendíamos.
O cheiro do perfume dela, doce e amadeirado, já preenchia o ar antes mesmo de ela falar.
Clara estava ali, como sempre, uma presença que eu não sabia se queria ou temia.
Ela era o passado, o que eu não podia esquecer, mas também o que eu não podia mais ter.
Ela se levantou da cadeira quando me viu entrar, sem pressa. Os olhos dela, intensos e penetrant