Nunca pensei que o dia seguinte ao casamento traria tamanha mudança. Não só na casa, nas rotinas ou nos olhares que agora nos cercavam com reverência, mas dentro de mim. Havia algo novo pulsando em cada batida do meu coração. Um sentimento de posse, de responsabilidade, de força. Eu já não era apenas Anna, agora eu era Montanari. Futura matriarca. Guardiã de uma linhagem, de um legado.
A mansão despertava aos poucos sob a luz dourada da manhã, com os familiares distantes se despedindo em sussurros respeitosos. Alguns com lágrimas discretas nos olhos, outros com olhares carregados de inveja mal disfarçada. Mas todos sabiam, o comando mudaria de mãos. E eu era parte fundamental disso.
Enzo estava ao meu lado, de pé na sacada do quarto, observando os campos da Toscana com uma expressão serena, mas vigilante. Ele usava uma camisa preta, aberta no colarinho, e sua mão repousava sobre meu ventre, como se me lembrasse o tempo todo do que agora carregávamos juntos. Não apenas um filho, mas