ESMERALDA DEL CASTRO
Mafioso.
Essa palavra não sai da minha cabeça. Ela ecoa, martela, fere, corta.
Hades... mafioso.
Eu repito isso mentalmente e ainda assim não parece real. Mas tudo faz sentido agora, cada detalhe, cada silêncio dele, o olhar frio quando queria... e quente demais quando não conseguia controlar.
Aquela noite na casa noturna...ele sacou a arma e atirou sem nem piscar. Como se fosse apenas mais um dia comum. Sem se importa se iria matar alguém.
Naquele momento eu já devia ter entendido tudo, mas a minha estupidez, ou talvez minha carência, me impediu. Preferi me iludir.
"Se faça de muda e surda, esqueça tudo que ouvir lá.
Tenha cuidado.
Não se envolva nos assuntos deles."
As palavras da Dona Bia agora soam como um aviso tardio.
Ela sempre soube, de algum jeito ela já sabia.
E o contrato? Aquele contrato enorme, cheio de cláusulas sobre privacidade, multas absurdas... Eu assinei sem ler direito. Tava desesperada por emprego, não podia me dar um luxo de recu