HADES AMBROGETTI
— Vamos deixar uma coisa clara. — digo enquanto dirijo, sem tirar os olhos da estrada. — Eu não comprei você. Isso poderia me custar o pescoço. Como sabe, italianos não se envolvem com esse tipo de negócio. E para manter tudo mais simples... não conte a ninguém que era prostituta. Esqueça o Said e tudo o que viveu lá.
— Não é como se eu quisesse contar a todos que era prostituta. Não me orgulho disso. — responde num tom baixo, mas firme.
— Hmm. — murmuro, satisfeito com a resposta. — Tudo entendido, então.
— Pra onde estamos indo? — pergunta, a voz um pouco mais calma.
— Vou te deixar em um hotel, com algum dinheiro. Não queria me responsabilizar por você, mas se eu te largar sozinha nesse país, ele vai te devorar viva. — faço uma pausa, lançando um olhar rápido. — Deixa eu adivinhar... você está ilegalmente aqui, não está?
Ela abaixa a cabeça, confirmando em silêncio.
— Eu também não queria depender de ninguém. Sei que já fez muito por mim... e eu nem sei com