Os meus olhos estavam arregalados quando finalmente abri a porta. Meu coração se encheu de orgulho e surpresa quando o vi ali, parado, formal como sempre, e tão suado ao mesmo tempo.
– Senhor Hardin?
Os olhos inexpressivos dele me encararam com firmeza. Eu ainda podia ver aquele orgulho brilhando em meio a testa suada. O suor que escorria pela lateral do olho roubava toda a minha atenção.
– Nos podemos conversar?
– O que quer aqui? – Me segurei na porta. Estava com as pernas bambas, tremendo de medo do que ele me acusaria dessa vez. – O senhor pode dizer o que quer...
– Eu tenho que pedir desculpas...
– Ótimo! Desculpas aceitas. Mais alguma coisa? – O encarei, esperando pelas respostas, mas apenas o silêncio caiu sobre nós, severo e pesado. – Adeus, senhor Hardin.
Tentei fechar a porta, antes que ele voltasse a estragar tudo mais uma vez, mas o pé dele tomou a frente, impedindo que a porta fosse trancada.
– Espera! – O senhor Hardin parecia implorar.
Eu nunca o vi implorar ant