Narrado por Bianca
A igreja estava iluminada, imponente, lotada.
Cada passo meu fazia os olhares se virarem. O salto batia seco no mármore branco, e o vestido vermelho cintilava como provocação. Não era só uma roupa. Era minha armadura. E hoje… eu era a guerra.
Entrei bem na hora em que o padre começava a cerimônia. As portas se abriram num estalo, como se até Deus tivesse autorizado minha entrada triunfal.
Padre: “Estamos aqui reunidos para celebrar...”
Bianca: Não quero interromper. Pode continuar, padre. Eu só vim ver o final feliz que vocês tanto desejaram.
O silêncio se espalhou. A noiva — Letícia — quase tropeçou ao me ver. O noivo — Gustavo — empalideceu.
Os convidados cochichavam, chocados com minha ousadia. Mas eu não ligava. Eu precisava desse momento.
Sentei na última fileira. De pernas cruzadas, costas retas, como se estivesse num espetáculo de teatro. E, de certa forma, estava. Eles eram os palhaços principais. E eu? O público mais cruel.
Depois da cerimônia, se