Narrado por Bianca
Três semanas.
Era esse o tempo desde o nascimento.
Três semanas desde que fui arrastada de volta à vida dele.
Desde que me tornei, oficialmente, “senhora Mancini”.
Mas ninguém me chamava assim.
Nem os empregados. Nem ele.
E principalmente… nem eu.
Para mim, eu ainda era só Bianca.
A mãe. A sobrevivente.
A mulher que acordava três vezes por madrugada para amamentar e fingir que não estava morando numa mansão que mais parecia um tribunal.
Hoje era a primeira consulta do bebê.
E eu ia levá-lo sozinha.
— Ana, o bebê tá pronto?
— Tá sim, Bi. Já troquei a fralda, limpei o rostinho… só falta você colocar ele na cadeirinha.
Olhei para aquele corpinho pequeno enrolado em azul.
Meu Deus, como ele crescia rápido.
Me emocionava só de olhar.
— Vamos, amor. Hora de encarar o mundo.
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O carro estava preparado na garagem, com motorista e segurança. Noah tinha ordenado que eu saísse sempre acompanhada. Disse que era por segurança. Mas eu sabia: era por vigilân