Como se não bastasse o martírio que sempre me acompanhou, agora eu tinha também Delancy se recusando a deixar meus pensamentos e não era apenas pela hipótese de eu realmente tê-la violentado, mas pelo que aconteceu entre nós no quarto dela. Eu ainda podia sentir o gosto da sua boca, seu cheiro gostoso ainda estava em mim, assombrando-me.
Sem conseguir afastar tais pensamentos, passei a noite toda bebendo em meu quarto, remoendo dores e sentimentos. Ainda cogitei ir até o Riviera buscar distração na cama com Juliane, mas acabei desistindo, pois não era do que eu precisava.
Após esvaziar a garrafa inteira de uísque, acabei adormecendo do jeito que estava e, quando acordei, já era meio-dia. Havia perdido a metade do dia de trabalho, mas que se fodesse tudo.
Sem ter como continuar pisando na cabeça de Arnold, nada valia a pena, nem mesmo voltar à empresa. Além do mais, há muitos anos eu não tirava um dia de folga, faria daquele um feriado.
Foi difícil me levantar da cama com minha cabeça