Acordei com o toque insistente do meu celular. Já era dia, o sol forte banhava o aposento através das frestas na cortina da janela. Pela insistência com que o aparelho tocava, eu soube que era algo importante, mas ainda assim me recusei a me mover, a sair dos braços de Delancy, a abrir mão do seu calor e do seu cheiro.
Em algum momento durante o sono nós havíamos mudado de posição, minha cabeça agora estava apoiada em seu peito, seus dedos delicados acariciavam meus cabelos, com movimentos lânguidos e gostosos.
Ah, meu Deus, de onde eu ia tirar forças para me afastar dela e começar o meu dia? De onde eu ia tirar forças para permitir que ela saísse da minha vida, quando chegasse a hora? E se ela não precisasse sair? E se eu a mantivesse ao meu lado pelo resto dos nossos dias, para criarmos juntos essa criança?
Pensei sobre a possibilidade e fiquei tenso, pois não seria justo com Delancy se eu a prendesse ao meu lado por causa do nosso filho, um filho que nenhum de nós dois escolheu ter