Emmy Zack
Estendi a mão, os dedos trêmulos prestes a tocar a moldura dourada do quadro. Queria senti-la — a superfície áspera, fria, real. Como se, ao tocar, eu pudesse desfazer o tempo e trazer minha irmã de volta. Como se aquele instante pudesse curar o abismo que crescia em mim.
Mas não cheguei a tocá-lo.
Uma mão firme envolveu a minha, afastando-me do transe como se puxasse minha alma de volta para o presente.
— Emmy? — a voz de Alec soou baixa, envolta em preocupação.
Virei lentamente o rosto, os olhos ainda embaçados pelas lágrimas. Aquelas íris verdes me observavam com intensidade — não com desejo, mas com preocupação genuína, que apertou meu peito de forma inesperada. Ele se aproximou e, com os polegares, secou as lágrimas que escorriam silenciosas pelo meu rosto.
— O que aconteceu com você...?
Tentei falar, mas as palavras se escondiam sob a névoa do que eu havia sentido. Um cansaço profundo se apossou dos meus músculos, como se meu corpo, ao lembrar, tivesse atravessado eras