Emmy Zack
As agulhas dançavam entre nossos dedos como pequenas lanças prateadas, refletindo a luz suave que filtrava pelas janelas altas do salão de tapeçarias. Os sorrisos entre as mulheres eram cálidos, bordados com o som das risadas baixas e do tilintar dos enfeites em nossas vestes. Era um daqueles raros momentos de tranquilidade, onde o destino parecia adormecido, e os fardos de sangue e dever não ousavam se intrometer.
Mas então, a harmonia se partiu.
Uma serva vestida com um vestido verde deslizou pelo salão como uma sombra em movimento. Seus passos eram suaves, mas seu semblante carregava uma urgência que gelou o ar ao meu redor.
— Deusa... — ela disse com a cabeça curvada, a voz baixa como um lamento. — Os filhos do Deus Transmorfo desejam uma audiência com a senhora...
Minhas mãos pararam. A linha se partiu entre meus dedos. O silêncio caiu como uma neblina pesada, as mulheres ao meu redor prenderam a respiração.
Era como se o próprio tempo tivesse sido cortado por aquela no