Emmy Zack
Daha
Havíamos retornado a Ry’Shara há dois dias, mas o tempo parecia se arrastar como se o próprio destino estivesse em suspenso, respirando em silêncio. Nada era como antes. O céu, sempre protegido por névoas douradas, agora parecia pesar sobre os telhados do templo como uma ameaça silenciosa. Até os ventos caminhavam devagar, como se não quisessem perturbar o que jaz dentro das muralhas.
Alec estava adormecido desde que chegamos. Ou ao menos era isso que nos diziam — dormir parecia um termo gentil demais para o que aquilo era. Ele estava contido. Trancado em uma antiga sala sagrada usada em eras passadas para aprisionar entidades corrompidas pela escuridão do Abismo. Era cruel. Mas também era necessário.
O lobo dele... ou o que restou dele... não podia mais ser chamado assim.
Todas as vezes em que despertava, mesmo que apenas por instantes, seus olhos não traziam nada da alma que eu conheci. Era um abismo dentro do outro.
Os olhos assustadores, negros e famintos. Em segun