Feliz Natal, Mrs. Sullivan
Feliz Natal, Mrs. Sullivan
Por: Sara Gomes
Capítulo Um

Tristan

– Tristan Joseph Sullivan – Minha mãe grita do outro lado do telefone assim que atendo, estou à espera dessa ligação desde que meu irmão Maddox mandou uma mensagem dizendo que deixou escapar que eu não pretendia ir para o Texas no feriado. Sorrio para a recepcionista do Hall da Sullivan Consolidated e me encaminho para o elevador – Que história é essa que você não virá para o natal?

Aperto o botão do ultimo andar e evito revirar os olhos porque provavelmente ela sentirá lá do Texas.

– Mãe eu estou cheio de trabalho, a empresa acabou de fechar um negócio gigantesco, sair de Nova York agora é quase impossível.

– Você não é o dono dessa empresa? Qual o sentido de ser o chefe de tudo se não pode ir ver sua família no natal – Ela fala quase chorosa e eu fecho os olhos. Ela sabe que eu não consigo dizer não para essa voz.

– Mãe... – Falo em quase suplica enquanto vejo os andares subindo

– Nada de mãe... Não quando você está nos abandonando para trabalhar, não foi assim que eu criei meus filhos – Prendo a respiração para não ri do seu drama – Você preferindo dar atenção ao dinheiro, seu irmão trazendo uma garota a cada ano para nos apresentar que ele escolhe no clube uma noite antes de viajar, acho que não fiz meu trabalho direito se vocês cresceram para agir assim.

– Mãe...

– Daqui alguns anos eu e seu pai vamos passar o natal sozinhos em uma mesa gigante enquanto nossos filhos esqueceram de nós – Caminho para fora do elevador e encosto-me a parede cinza do ultimo andar do meu prédio

– Você pode me ouvir mãe? – Pergunto e com o som da minha voz Grace levanta a cabeça do seu tablet e me encara sentada de sua mesa, pisco para ela e vejo suas adoráveis bochechas escurecerem– Eu vou fazer de tudo para que consiga voar para o Texas antes do natal, não acho que poderei passar muitos dias, mas pelo menos o natal vou tentar passar com você para que não seja abandonada pelos seus filhos.

– Não caçoe de mim Tristan Sullivan – Ela suspira, e faz uma pequena pausa – Você trará alguém com você esse ano? Talvez sua garota? – Ela faz outra pausa – Ou garoto, não importamos com isso filho desde que seja feliz.

Deixo soltar a risada que estou guardando

 – Tudo bem mãe – Levanto meus olhos para minha secretária que me observa, mas desvia o olhar em seguida – Eu ainda estou trabalhando nisso.

 Pergunto-me o que mamãe acharia da minha garota, provavelmente ela á adoraria, não consigo imaginar alguém que não goste dela. Grace conquistou todo o prédio em menos de uma semana, não duvido que ela tenha mais o respeito dos funcionários do que eu que pago os seus salários.

– Eu e seu pai estamos esperando por você querido, ficarei feliz se pelo menos tivermos você no natal.

– Eu farei o que puder mãe – Prometo me desencostando da parede para tomar meu caminho para minha sala – Eu te amo, diga ao papai que eu mandei um oi.

– Também te amamos querido – Ela fala antes de eu desligar.

Solto um longo suspiro, minha assistente se levanta da sua mesa indo me encontrar no meio do caminho me entregando meu café preto com um sorriso nos lábios.

– Bom dia Mrs. Sullivan – Agora com Grace ao meu lado consigo aprecia-la de perto.

Desde que dezembro entrou, ela sempre vem com algo em suas roupas que remeta ao natal, hoje seu suéter em cima da blusa branca de seda tem árvores estampadas. Quando perguntei a ela o porquê da temática ela disse que o natal era seu feriado preferido e que não importava como seu ano estava indo quando dezembro apontava ela fazia de tudo para que seu mês fosse glorioso.

– Bom dia Grace – Respiro seu cheiro doce de maçã com uma pitada de canela que sou completamente obcecado desde o segundo que sentir e encaro sua estatura pequena antes de retomar meu caminho para minha sala com ela me seguindo – Você pode começar querida.

– Eu remarquei sua reunião das dez para as duas, para que você possa terminar de revisar os relatórios antes que entre, existem dois convites para eventos de associados para serem confirmados presença. O material da reunião das 16:00 está pronto, seus ternos foram entregues pela lavanderia e eu os pendurei no seu armário, a sala de reuniões  está pronta e as entradas já foram encomendadas e uma tal de Felicity ligou perguntando se pode encaixar um horário em sua agenda para um almoço. 

Entro em minha sala e vou direto para minha mesa onde tiro meu terno e o penduro no encosto da minha cadeira antes de me sentar. Grace está á minha frente em sua posição profissional esperando que eu dite seus comandos como todos os dias desde que eu á contratei há mais um ano.

Quando ela entrou pela primeira vez nesse escritório eu quase perdi o fôlego, ela de longe era mulher mais linda que eu já tinha visto. Seus longos cabelos loiros presos em um rabo de cavalo apertado longe do rosto que quase não tinha maquiagem, os olhos verdes com pequenos pontos dourados e um doce sorriso em lábios carnudos, ela era tudo o que nunca achei que queria. Eu sabia naquele momento que ela foi destinada á mim, o mais piegas que isso possa parecer é como se meu coração reconhecesse o dela. Meu avô, pai e meus tios sempre me alertaram que um dia isso aconteceria, eu confesso que nunca levei muito a sério até que minha garota sorrio e se apresentou se candidatando a minha assistente.

A minha virada de jogo como os homens mais velhos Sullivan chamam essa lenda aconteceu para mim á pouco mais de um ano, e desde então estou á espera do dia que terei realmente Grace como minha, eu nunca dei nenhum passo porque as coisas não estão jogando ao meu favor, minha garota tem um cara, eu descobrir isso poucos dias depois que ela começou a trabalhar quando ele veio busca-la, acabando com todos os meus planos de me aproximar dela. Mas eu sou um cara paciente e eu sei que ela não é para o idiota com coque samurai que ela tem como namorado e no momento que eu tiver minha chance de mostrar a ela que podemos ter uma merda boa juntos eu não a deixarei ir, nunca.

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